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Simpósios Temáticos


Igreja, sociedade e poder na Idade Média

Coordenadores:
Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva
Leila Rodrigues da Silva

Resumo:
Nosso objetivo, ao propormos o Simpósio Temático (ST) Igreja, Sociedade e Poder na Idade Média, é dar prosseguimento ao trabalho iniciado no último encontro regional da Anpuh- Rio, 2006, quando dirigimos o ST Hagiografia e poder na Idade Média, continuado e ampliado no último Encontro Nacional da Anpuh, 2007, ocasião em que coordenamos o GT Igreja, Sociedade e Poder na Idade Média. A despeito do grande desenvolvimento das pesquisas sobre o medievo no Brasil desde a década passada, esta área ainda encontra-se em consolidação. Assim, faz-se necessário, para não repetirmos as conclusões já tradicionais na historiografia e superarmos as abordagens meramente descritivas, que sejam criados espaços para discussões acadêmicas que motivem o aprofundamento do debate historiográfico; a busca por novos objetos de pesquisa e por fontes ainda inéditas, e a incorporação de abordagens originais no tocante à teoria e à metodologia. Nossa proposta de ST visa aprofundar a discussão sobre as relações entre a Igreja e a sociedade na Idade Média, com ênfase nos discursos de poder, tanto em nível micro quanto macro. Desejamos refletir acerca de como a Igreja se estruturou no medievo, em suas múltiplas dimensões; como se relacionou com as instâncias de poder urbano, senhorial, real, imperial; como influenciou e normatizou a sociedade; como caracterizou e dialogou com os “outros” – excluídos e marginalizados-; como interferiu na construção de discursos de gênero; como contribuiu, ou interditou, a criação artística; dentre outras questões. A metodologia adotada pelo ST será a apresentação das comunicações, agrupadas pelas coordenadoras pela proximidade temática, seguida de discussões, que resultarão em propostas de trabalhos futuros. A proposição deste ST insere-se no conjunto de esforços do Programa de Estudos Medievais (Pem) da UFRJ, um dos núcleos de pesquisa sobre o medievo mais antigos e consolidados do país (www.pem.ifcs.ufrj.br).

Programação:

04/08 - Segunda-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Edmar Checon de Freitas
    A Gália cristã no século VI: religião, identidade e exclusão.
    No século VI o panorama religioso da Gália estava longe de ser homogêneo. A idéia de uma unidade religiosa em torno da monarquia franca, cujos reis eram católicos desde a conversão de Clóvis (481-511), embora difundida por lideranças eclesiásticas, era desafiada pela diversidade de crenças e práticas acessíveis a francos e galo-romanos. Neste trabalho examinaremos como essa questão foi abordada por um dos bispos mais influentes do século VI, Gregório de Tours (573-594), e pelos concílios que então se realizaram. Nosso propósito é analisar os mecanismos de inclusão e exclusão religiosa e social que atuaram na construção da idéia de uma Gália cristã.
  • Adriana Conceição de Sousa
    Hagiografia e conduta régia no reino visigodo: considerações sobre o ideal de justiça presente na Vita Desiderii, do rei Sisebuto (séc. VII)
    Sob orientação da prof. Dra. Leila Rodrigues da Silva, desenvolvemos uma pesquisa voltada à compreensão do possível papel desempenhado pela narrativa hagiográfica Vita vel passio sancti Desiderii, escrita pelo monarca visigodo Sisebuto (612-621), na difusão dos valores propostos pelo bispo Isidoro de Sevilha (570-636) em suas obras.
    Neste trabalho, temos como objetivo analisar a forma como o ideal de justiça régia presente nas Sententiae isidorianas norteou a produção da referida narrativa, bem como a construção de seus personagens.

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  • Paulo Duarte Silva
    Considerações acerca das disposições litúrgicas na Galiza a propósito da atuação de Martinho de Braga frente ao prisiclianismo
    Considerações acerca das disposições litúrgicas na Galiza a propósito da atuação de Martinho de Braga frente ao prisiclianismo
    Nesta comunicação, discutiremos as tensões eclesiásticas produzidas entre a vertente dita "nicênica" e os grupos reconhecidos como priscilianistas, na segunda metade do século VI, particularmente atentos aos escritos do bispo de Braga, Martinho, bem como aos textos produzidos nos concílios dos quais tal prelado participou. Ao elencarmos o escopo de atuação episcopal na Galiza como espaço de tensão institucional, privilegiaremos as disposições litúrgicas formuladas no referido contexto.

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  • Leila Rodrigues da Silva
    Considerações acerca das disposições litúrgicas na Galiza a propósito da atuação de Martinho de Braga frente ao priscilianismo
    Nesta comunicação, discutiremos as tensões eclesiásticas produzidas entre a vertente dita "nicênica" e os grupos reconhecidos como priscilianistas, na segunda metade do século VI, particularmente atentos aos escritos do bispo de Braga, Martinho, bem como aos textos produzidos nos concílios dos quais tal prelado participou. Ao elencarmos o escopo de atuação episcopal na Galiza como espaço de tensão institucional, privilegiaremos as disposições litúrgicas formuladas no referido contexto.
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05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Paulo Henrique de Carvalho Pachá, Renato Rodrigues da Silva
    Dominação social, poder e dom: um estudo comparativo das sociedades da Alta Idade Média na Península Ibérica e na Inglaterra Anglo-Saxônica.
    O método comparativo configurou-se, para a Lingüística saussuriana, a Etnologia e a Sociologia de Durkheim, como um procedimento decisivo para a compreensão de sistemas e estruturas cuja capacidade de “decifração” sustentaria as pretensões científicas daquelas disciplinas. A recusa do método comparatista embasaria o vaticínio do mestre da sociologia francesa lançado à História: “conhecimento” incapaz de explicar, constituiria uma “não-ciência”, “desafio” enfim enfrentado por um de seus maiores discípulos e promotores do método, Marc Léopold Benjamin Bloch. Tomando por base a caracterização primária que lhe atribui – a de abordar, visando explicá-las, as semelhanças e diferenças que caracterizam fenômenos análogos decorrentes de contextos sociais diversos – o presente trabalho propõe-se à análise comparada dos elementos intrínsecos ao processo de hierarquização social que caracterizou as sociedades da Alta Idade Média na Península Ibérica e na Inglaterra Anglo-Saxônica. Considerar-se-á, portanto, as profundas mudanças ocorridas na estruturação e na dinâmica das relações de poder e dominação social no período, tomando como elemento primordial de sua articulação e expressão as relações de dom, a partir de fontes diversas como hagiografia, narrativas literárias e cultura material.
  • Mário Jorge da Motta Bastos
    Centrífugo ou Centrípeto? A falsa antinomia do poder na Alta Idade Média Ocidental
    Proponho-me a apresentar-lhes alguns tópicos básicos de uma pesquisa que visa, em sua orientação mais geral, estabelecer uma “caracterização positiva da experiência estatal” no âmbito das sociedades da Alta Idade Média Ocidental. Trata-se de tentar vislumbrar vias alternativas às posturas antinômicas que têm predominado nas análises correntes do tema. Dentre essas, destaca-se, como matriz fundamental, a radical oposição entre a perspectiva dos partidários da “tese fiscalista”, que afirmam a plenitude política estatal no contexto em questão, e a de seus detratores, que, advogando a incapacidade do estado de afirmar tal ascendência efetiva, negam, pura, simples e cabalmente, qualquer possível referência à sua existência. Estaria o poder central limitado (condenado!) à luta encarniçada contra a aristocracia por manter-se? Será que a via mais efetiva para delimitar a natureza histórica da instituição no alvorecer da Idade Média é aquela que ressalta o suposto antagonismo estrutural entre a realeza e a aristocracia? Constituiria a instituição estatal em questão, por fim, um aparato de poder tão específico e socialmente restrito a ponto de que sua supressão tenha representado condição sine qua non à plena ascendência social da aristocracia nas sociedades da Alta Idade Média Ocidental?
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  • Rodrigo dos Santos Rainha
    A Relação Mestre-discípulo e a Educação no Reino Visigodo
    Nesta comunicação temos por objetivo retomar um dos principais elementos de nossa dissertação de mestrado: a relação mestre-discípulo.
    Com objetivo de dar continuidade a pesquisa empreendida na dissertação, pensando em um futuro doutorado, retomaremos o entendimento desta relação, visando aprofundar a leitura sobre o seu papel na estruturação do episcopado e sua importância na educação durante a primeira metade do século VII no reino visigodo.

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  • Marcus Silva da Cruz
    Identidade e historiografia na Alta Idade Média
    A questão da identidade é um das problemáticas mais importantes não somente no panorama das discusssões acadêmicas, mas também no debate político. A pesquisa histórica tem se debruçado cada vez com mais atenção para análise desse problema em diversos momentos históricos. Nossa pesquisa discute a questão da identidade no início da Idade Média, entre os séculos III e VIII, na bacia do mar Mediterrâneo. O suporte documental da pesquisa são os diversos discursos historiográficos (pagão, cristão, germânico) que são produzido neste momento, por entendermos que essa documentação é um lócus privilegiado das lutas identitárias que marcam o período em estudo
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05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva
    Os concílios lateranenses e a vida religiosa feminina: reflexões sobre as normativas papais direcionadas às monjas nos séculos XII e XIII
    A pesquisa A Vida de Santa Oria e o monacato feminino em La Rioja no século XIII: uma análise a partir da categoria gênero, desenvolvida com apoio do CNPq desde 2007, visa relacionar a única obra redigida em castelhano no século XIII que apresenta a biografia de uma reclusa, Oria, com textos normativos e documentos notariais sobre a vida religiosa feminina elaborados no mesmo período. O objetivo central dessa investigação é examinar como os aspectos constitutivos do gênero atuaram nas relações de poder estabelecidas pelas e com as religiosas riojanas no século XIII. Em nossa comunicação, apresentaremos algumas conclusões parciais dessa pesquisa. Para tal, deteremo-nos na análise dos cânones de quatro concílios gerais, convocados pelos papas no período de 1123 a 1215, conhecidos como Lateranenses, e que representam uma síntese das estratégias formuladas pela Cúria Romana para efetivar o seu primado face às demais sés episcopais. Nossa análise visa identificar e discutir as normas que tratam da vida monástica, em especial, a feminina.
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  • Marcelo Pereira Lima
    Relações de gênero e vida religiosa feminina nas obras jurídicas afonsinas
    Essa comunicação pretende apresentar alguns resultados parciais de nossas investigações sobre a vida religiosa feminina e as relações de gênero representadas nas obras legislativas do governo de Alfonso X (1252-1284). Por um lado, objetivamos identificar as “gradações” das interferências do gênero nas formas alternativas à vida matrimonial, procurando analisar os diversos pesos dados ao gênero na chamada “vida santa” ligada ao monacato feminino. Por outro lado, uma vez identificadas essas “gradações” prescritas pelos textos normativos afonsinos, pretendemos esquadrinhar também as conexões possíveis entre as representações da vida religiosa feminina e a pluralidade de poderes seculares e/ou eclesiásticos vigente no período. Ao incluirmos as figuras femininas monacais no debate historiográfico, desejamos localizar melhor as modalidades das relações entre política e gênero frente às práticas e ideais das instituições eclesiásticas e “civis” no século XIII.
  • Ana Paula Lopes pereira
    Caridade e Eucaristia : formas e práticas devocionais do movimento místico beguinal no século XIII
    Através do discurso hagiográfico e de sua estrutura narrativa, da análise das formas e práticas devocionais, buscamos mostrar como se manifesta nas beguinas místicas o amor absoluto de Deus. Formas de devoção (eucarística, cristológica e mariana) e práticas ascéticas (abstinência, jejum, penitência, pobreza) radicais, busca do Amor divino são o fundamento da vida beguinal e o caminho para a contemplação e para a beatitude, que permitem o estabelecimento de uma relação específica com Cristo : a infusão da graça e a manifestação de fenômenos “jamais vistos” pelos contemporâneos. Nesse sentido, a articulação entre a Caridade, vivida como amor de Deus e amor do Próximo, os objetos de devoção e os fenômenos místicos, nos parece fundamental como elemento estruturante do discurso hagiográfico, cuja função, em última análise, é a de instaurar um novo tipo de santidade.
  • Danielle Kaeser Merola
    Considerações acerca da conduta sexual das virgens consagradas no reino visigodo à luz da Regula Leandri
    A presente comunicação faz parte da pesquisa que está sendo desenvolvida no mestrado realizado no Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob a orientação da professora Leila Rodrigues da Silva. Objetivamos analisar as referências à conduta sexual das virgens consagradas presentes na Regra de Leandro de Sevilha (590), bispo do reino visigodo do final do século VI. Tal proposição tem como pressuposto fundamental a consideração de que as autoridades eclesiásticas formularam um modelo de vida às virgens religiosas reclusas em mosteiros. Embora a regra tenha sido direcionada à irmã do bispo, Florentina, possui um caráter normativo que vai influenciar diversos mosteiros da região no período visigodo.



06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • João Henrique dos Santos
    A extravagante Bula Unigenitus (1343) e a questão das indulgências
    A Bula Papal Unigenitus Filius Dei (“O Filho Unigênito de Deus”), conhecida apenas como Unigenitus, assinada pelo Papa Gregório VI em 1343, constituiu-se em uma peça de embaraço para a Igreja Católica Romana, a tal ponto que foi denominada pela historiografia católica como Extravagante, apelido pelo qual se tornou conhecida. Mais do que isso, ela foi posta à parte do corpus iuris canonicus, o corpus dos documentos legais do magistério católico.
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  • Leandro Duarte Rust
    Negociando o Sagrado: o exercício papal do poder e da autoridade (1088-1118)
    Os pontificados de Urbano II (1088-1099) e de Pascoal II (1099-1118) são usualmente considerados pela historiografia como antípodas, contrários. Não são poucos os historiadores que os apresentam como pólos simetricamente opostos. Ao primeiro, tido como moderador e pragmático, associam as referências emblemáticas da convocação das cruzadas e da expansão da Cúria romana; já o segundo, tomado por intransigente e idealista, marcam com o adágio do seqüestro e cativeiro em mãos imperiais e do fracasso em proibir as investiduras laicas. Contudo, sob esta caracterização binária, que acaba por fincar uma ruptura histórica, uma descontinuidade no curso da política papal empreendida na passagem do século XI ao XII, esconde-se uma série de continuidades, de permanências no estabelecimento das relações de poder travadas pelo papado. Esta imagem faz eclipsar todo um decisivo conjunto de traços comuns compartilhados por estes dois pontificados. Pois, ao longo dos governos de Urbano II e Pascoal II, o exercício do poder e da autoridade seguiu uma mesma orientação estrtural: a tônica da negociação do poder e da preservação da autoridade imposta pela Revolução Papal de meados do século XI.
  • Álvaro Alfredo Bragança Júnior
    Verbum regit - os provérbios em latim medieval como exercício do poder da Igreja no Sacro Império Romano-Germânico (séculos XII-XV)
    As expressões fraseológicas cunhadas em latim medieval espelham um modus vivendi, um modus agendi, mas principalmente o modus cogitandi de fundamentação eclesiástica, que proverbializaram um legado cultural, cujo objetivo precípuo era a manutenção da sociedade consoante a palavra de Deus pregada pela Mater Ecclesia. A existência de uma intrínseca relação entre os textos latinos, representantes das mais variadas ciências e atividades da esfera humana e a classe ou as classes sociais, que daquela língua faziam uso como instrumento de expressão, corroboram essa nossa assertiva. A utilização de animais como recurso de admoestação ou de louvor, temas ligados ao catolicismo e à doutrina cristã, o mundo greco-romano, com suas personagens históricas e/ou mitológicas carregadas de simbolismo e o universo feminino simbolizado de forma extremamente perniciosa estão presentes nessa coletânea, que reflete um posicionamento do homem dessas épocas perante o mundo em que estava inserido e que era vivenciado de acordo com os valores culturais e éticos herdados dos antepassados, cujos exemplos deveriam ser seguidos ou refutados, de acordo com a palavra pedagógico-doutrinária da Igreja, condutora e redentora da Cristandade.

06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Bruno Gonçalves Alvaro
    Masculinidades: uma análise dos personagens El Cid e bispo Jheronimo no Poema de Mio Cid
    O campo de análise masculinidade(s) é consideravelmente novo dentro dos estudos de gênero e há de se ressaltar, ainda, uma evidente ausência quando o tema em questão se refere ao medievo. Por este e outros motivos que serão discutidos nesta comunicação, nossa pesquisa, em nível de mestrado, busca analisar, através da aplicação do método comparativo em História e à luz dos estudos de gênero, a construção das masculinidades no século XIII, mais especificamente, em Castela.
    Neste trabalho, em especial, nosso objetivo se fixará na análise dos adjetivos e ações, presentes no Poema de Mio Cid, atribuídos aos personagens El Cid, cavaleiro protagonista do poema, e o bispo Don Jheronimo, que, mesmo sendo um clérigo, é descrito lutando contra os mouros. A partir do levantamento de tais dados, analisaremos as possíveis similitudes e diferenças na construção das masculinidades na referida obra e de que maneira elas estão associadas à sociedade castelhana, local de produção do poema.

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  • João Cerineu Leite de Carvalho
    O Estado Português Avisino e a Regulação da Violência em Princípios do Século XV
    Em meio a um lento processo de afirmação régia, o Estado português sofreu uma série de revezes ao longo da segunda metade do século XIV, culminados no interregno de 1383-1385 e a ascensão da dinastia de Avis. A partir desse marco, durante os dois primeiros reinados avisinos, verificava-se um esforço pela reestruturação estatal. Marcada por um alargamento do alcance da soberania monárquica, a passagem do século XIV para o XV via a autoridade régia lentamente se impondo sobre a posição privilegiada da aristocracia portuguesa. Mantendo-se aspectos caros à suserania feudal, a ascendência régia sobre outras esferas de poder aumentava, através de medidas administrativas contrárias à fragmentação política medieval, dentro dos limites disponíveis naquela estrutura social. A ação da monarquia visava ampliar o controle sobre várias das esferas políticas, não descartando a existência de forças concorrentes, pelo contrário, reconfigurando elementos que garantissem o perfil nobiliárquico da sociedade portuguesa. Analisando algumas das tensões nas relações entre a monarquia e aristocracia em Portugal, enfatizamos o papel mediador que a primeira exercia, apropriando-se, inclusive, de pressupostos fundamentais da existência aristocrática, como o controle do exercício da violência legítima.
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  • Marta Silveira Bejder
    O rei e a lei: definições do poder real na análise so Fuero Juzgo
    O trabalho pretende analisar a forma como, através da lei, as representações acerca do poder real foram sendo constituídas. Utilizaremos, coomo fonte primária, o Fuero Juzgo, que foi retomado no séc. XIII a fim de ser utilizado como instrumento para a promoção do projeto de unificação jurídica vigente no reino castelhano-leonês, bem como a consolidação do poder real.
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  • ANDREA ALVARES DA CUNHA
    Os Mouros diante dos olhos de Deus: a vida pós-reconquista.
    A comunicação tem por objetivo evidenciar como se deu a integração e a
    aculturação muçulmana pós-reconquista, através de sua adequação
    sócio-cultural ao mundo medieval cristão português, com o uso da
    legislação especial para as minorias étnico-religiosas e a ação do poder
    régio.


07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Aldilene Marinho Cesar
    As transformações religiosas e a representação da Impressão das Chagas de Francisco de Assis nos centros artísticos “hispano-italianos” dos séculos XV e XVI
    O objetivo desta comunicação é discutir parte da iconografia franciscana, através de quatro pinturas com o tema da estigmatização de Francisco de Assis, produzida nos principais centros artísticos da “Itália” e da “Espanha”, entre meados do século XV e o final do século XVI. Propondo como marco divisor a realização do Concílio de Trento (1545-1563), pretende-se relacionar estas pinturas com alguns dos aspectos das transformações na cultura religiosa católica desse período, considerando-as participantes, através de seus usos e funções, da construção de algumas dessas transformações. Com isso, propõe-se que estas imagens deixariam gradualmente de figurar a manifestação do divino no mundo para significar, cada vez mais, um encontro místico e individualizado entre o fiel e o sagrado.
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  • Carolina Coelho Fortes
    Universidade, uma questão de identidade: Dominicanos e Universidades no século XIII
    Concebida nas primeiras décadas do século XIII, a Ordem dos Irmãos Pregadores tinha como sua principal missão, evocada em seu próprio nome, a pregação. Esta atividade, no entanto, só poderia ser levada a cabo se pautada no profundo conhecimento das Escrituras e dos significados de suas mensagens para a vida cotidiana, cuja compreensão e obediência levariam à salvação dos fiéis. É assim que, já na primeira versão das Constituições, datada de 1220, estabelece-se que o irmão que deseja se instruir deve receber dispensa imediata para tal, além de uma série de instruções especialmente dirigidas aos estudantes.
    No século XIII, igualmente, surgem as Universidades, locais onde, inicialmente, se buscava novos conversos para a nascente Ordem, que logo se transformariam em reduto dominicano por excelência, dada a especificidade de sua missão. Nesse sentido, pretendemos aqui estabelecer uma relação entre o processo de institucionalização da Ordem Dominicana, e uma conseqüente construção de sua identidade institucional, e sua presença nas universidades neste período, tomando Bolonha e Paris como exemplo.

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  • Andréa Silva da Costa, Flávia Rocha do Nascimento, Tatiane Sant'Ana Coelho Reis
    Os milagres do Líber Sancti Jabobi, a violência contra os muçulmanos e o silêncio sobre os judeus
    Esse trabalho visa apresentar uma reflexão sobre o Líber Sanct Jacobi, escrito que compõe o banco de dados sobre hagiografias ibéricas elaborado pela equipe do projeto de pesquisa coletivo Hagiografia e História: um estudo comparativo da santidade, ao qual somos vinculadas. Este projeto foi criado pela Profª Dra. Andréia C. Lopes Frazão da Silva, orientadora das bolsistas e também uma das coordenadoras do Programa de Estudos Medievais da UFRJ. Um dos objetivos centrais desse projeto é inventariar e analisar hagiografias escritas entre os séculos XI- XIII nas penínsulas Ibérica e Itálica.
    O Liber Sancti Jacobi é compilação do século XII inteiramente dedicada ao apóstolo Tiago Maior. A obra é dividida em cinco livros. O segundo é composto por 22 relatos de milagres, no qual a violência, em suas múltiplas modalidades, é um tema recorrente. Em nosso trabalho, apresentaremos os dados e as conclusões da análise desses milagres, tendo como preocupação central os motivos da canalização da violência contra os muculmanos, apoiada/legitimada pela intervenção milagrosa de São Tiago, estando ausentes, em contrapartida, referências aos judeus, grupo que também habitava a península Ibérica no contexto de produção da obra.

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