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Simpósios Temáticos


Diferenças e Desigualdades

Coordenadores:
Silvio de Almeida Carvalho Filho
Cláudio Antônio Santos Monteiro

Resumo:
Muitas das características individuais são utilizadas para a construção das diferenciações sociais, todavia, constatamos que várias delas são escolhidas arbitrariamente como traços diacríticos das hierarquizações sociais. Entre essas diferenciações, ressaltamos as de classe e status, de gênero, de geração, de ocupação no mercado de trabalho, assim como as étnicas e a raciais, as lingüísticas, as regionais e nacionais, entre outras,que não apenas distinguem, mas hierarquizam e excluem pessoas, influenciando suas vidas. As taxionomias não são neutras, envolvendo relações de saber-poder e construindo subjetividades.
Que relações e implicações escondem-se por trás de cada um destes pontos de vista: a irredutível igualdade humana e a incontornável diferença dos seres humanos e dos grupos sociais que constituem a humanidade? Este Simpósio está eticamente voltado ao respeito às diferenças, contanto que isso não implique a eliminação do direito à igualdade, ou seja, a prerrogativa das pessoas serem tratadas como iguais em todas as esferas institucionais. Portanto, encontra-se aí uma plataforma ética sobre a qual nossas pesquisas e a nossa intervenção social assenta-se: a teoria crítica sobre as desigualdades para lutar pela eqüidade dos direitos humanos.
Indica-se aqui um espaço de colóquio científico, extremamente bem sucedido nos últimos Simpósios Regionais no Rio de Janeiro, que pretende retornar, em especial neste cujo tema central trabalha a questão das Identidades, intimamente ligada aos conceitos de Diferença e de Desigualdade.
Por outro lado, o Simpósio Temático dará visibilidade a laboratórios e grupos, envolvendo professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Gama Filho, Universidade Severino Sombra. Ademais, o Seminário Temático mostra-se aberto a outros pesquisadores que apresentem pesquisas e comunicações pertinentes ao Tema.

Programação:

04/08 - Segunda-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Pablo de Souza Oliveira
    A Cidade entre o Real e o Imaginário: o papel da memória na construção das diferentes identidades urbanas
    O objetivo deste trabalho é analisar como se conformaram as identidades de diversos grupos sociais em uma pequena cidade do Vale do Jequitinhonha mineiro por meio de imagens criadas por um determinado grupo a partir das práticas e experiências sociais vivenciadas por eles. Neste sentido analisamos em memórias relacionadas ao início da década de 60, a alteridade na construção da identidade de pessoas moradoras da sede do município de Novo Cruzeiro. Convivendo com a presença e a falta de equipamentos, estes moradores conviviam com o trem de ferro, cinema, clubes e bailes; mas lhes faltava a televisão, o serviço de iluminação era precário, as ruas não possuíam calçamento, não havia rede de água ou esgoto. No discurso oficial os problemas são minimizados ou esquecidos, construindo a imagem de uma cidade em progresso. As experiências que vemos representadas nas memórias de “leitores especiais” da cidade mostram a construção de identidades que põem em jogo a dicotomia cidade/campo, e desvelam a rede de significados associados às práticas e experiências de grupos que possibilitaram esta dicotomia. Tudo isso demonstra a pluralidade da realidade, e o espaço vivido como passível de leituras diversas que, evocadas pelas representações das memórias, se revelam constituidoras de identidades.
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  • Édio Pullig Fernandes
    A política exterior do Brasil em relação à América do Sul nos governos FHC e Lula
    Tradicionalmente as relações exteriores do Brasil com os demais países da América Latina foram marcadas por um clima de isolamento, onde o Estado brasileiro, desde o seu processo de construção, via-se proeminente diante dos países hispano-americanos. O único momento em que o país buscou uma maior aproximação aos demais países do subcontinente foi durante a Era Vargas
    Porém, nos primórdios dos anos de 1990, notamos uma possível ruptura nessa política externa com o advento do Mercosul, reunindo-se assim, Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, na busca de uma união alfandegária, com liberação do comércio entre os países.
    Nossa proposta é perscrutar a política externa do Brasil nas relações com a América do Sul nos governos de Fernando Henrique e Lula, ou seja, pretendemos pesquisar se houve ou não uma maior aproximação com os demais países sul-americanos durante suas gestões. Enfocamos, de forma mais específica, questões relacionadas com o Mercosul, objeto de múltiplas interpretações sobre sua importância na integração internacional sul-americana.


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  • André Eduardo da Silva Soares
    A Cena Trimalchionis e o discurso político da elite romana
    Este texto faz parte da pesquisa desenvolvida no Mestrado em História do Programa de Pós-graduação em História da UNIRIO. Pretendemos analisar o ritual do banquete romano enquanto discurso político, com pretensões de instituir e legitimar o espaço social do agente em um grupo específico e em relação a outros grupos. Isto será feito tendo como referência o relato de banquete mais detalhado nos chegou da antiguidade, a Cena Trimalchionis, contida no Satyricon de Petrônio (XXVII - LXXVIII). Como um agente que possui capital econômico, quiçá cultural, como veremos, institui e legitima o espaço social e seu lugar em um grupo, será o nosso problema central. Nada melhor para ilustrar esta situação do que a inquietação das elites, como é o caso de Petrônio que escreve para satirizar estas pretensões.
  • Elaine Pereira Rocha
    O racismo refletido na literatura brasileira e sul-africana (1927-1953)
    Este trabalho tem como proposta um estudo comparative entre o racismo no Brasil e na África do Sul durante a primeira metade do século vinte, usando como fonte oito romances escritos e publicados na época. A idéia central é identificar formas de representação das relações raciais nos dois países e como estas se refletem nos romances de dois autores brancos: Alan Paton e Jorge Amado, e dois autores negros: Lima Barreto e Peter Abrahams. São examinadas questões relacionadas à exclusão econômica e social, na zonas rural e urbana, bem como as ambiguidades e contradições que permeiam a miscigenação nos dois países. Pontos de diferenciação e de semelhança são clarificados quando se associa a literatura à historiografia, tomando as novelas imagens espelhadas do cotidiano e seus conflitos. O estudo discute ainda o uso da literatura como fonte.
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05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Ana Elizabeth Costa Gomes
    A Baía de Camamu e a Diáspora Africana: vivências, memórias, diferença e a construção da identidade em Porto do Campo
    A presente pesquisa tem como proposta de investigação compreender movimentos, conflitos e negociações em torno da identidade étnica em uma mapeada como remanescente de quilombo, localizada na Baía de Camamu, denominada de Porto do Campo. Pretende-se compreender as estratégias (re)elaboradas pelos moradores pela construção e conquista dos direitos de cidadania, visando a apropriação de espaços e a busca da afirmação das identidades. Ao refletir sobre identidade étnica em Porto do Campo e analisar vivências desse grupo social, verifica-se que as memórias que dão sentido à sua história e cotidianidade estão alicerçadas em uma história factual e nas tradições que passam de geração em geração, ambas relacionando-se e sedimentando-se em um campo vivencial multifacetado no qual identidades são (re) feitas e imaginadas. Espera-se que este estudo possa registrar as imagens de uma comunidade ainda à sombra da História da Bahia e Brasil, e servir para uma reflexão acerca das relações identitárias, além de fornecer aportes para a compreensão das apropriações culturais e das ressignificações de sujeitos, como também um recorte para a compreensão da história local.
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  • Michele Paula dos Santos
    A ordem do discurso: prisioneiros portugueses na Casa de Detenção do Rio de Janeiro (1888- 1907)

    A cidade do Rio de Janeiro de fins do século XIX e do início do século XX, foi cenário de transformações como a passagem do Império para a República, a construção de uma nova ideologia do trabalho e, também, um ímpeto por progresso, ciência e modernidade. Neste contexto, no qual o discurso de ordem vigente entre as elites era o da modernidade; houve um aumento significativo no uso da disciplina, da repressão e da exclusão sobre as camadas mais pobres que compunham o cenário carioca. Este trabalho busca a análise dos imigrantes portugueses pobres presos na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, como parte integrante desse universo de homens pobres, "excluídos da modernidade", vistos pelas elites cariocas como símbolos de um passado "atrasado" que a recente República buscava apagar.

  • Daniel Mandur Thomaz
    A ditadura dos vencidos: discursos sobre o medo na cidade do Rio de Janeiro através do Jornal do Commercio,1835.
    O medo das elites em relação aos distúrbios e desordens sociais parece se agravar quando o que está em jogo é o elemento negro. As insurreições negras sempre foram encaradas com profundo pavor por parte das elites. Na Regência, período especialmente conturbado politicamente, a possibilidade de que se repetissem aqui experiências traumáticas, como a do Haiti, excitou de forma colossal a preocupação dos homens envolvidos nos debates políticos. O Levante dos Malês ocorrido na Bahia, em Janeiro de 1835, agravou sensivelmente essas preocupações, causando grande repercussão na imprensa do Rio de Janeiro e inflamando os debates gerados a partir dessa repercussão.
    A problematização da insegurança e do medo no seio da “boa sociedade” pode ser de grande valia para análise dos processos de construção e consolidação dos projetos políticos e dos discursos de poder que caracterizaram as disputas e tensões internas a essa elite política.


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  • Lúcia Helena Pereira da Silva
    Memórias e territórios na formação de uma identidade étnica: A Praça Onze de Tia Ciata.
    Este trabalho visa ler a Praça Onze como “entre lugar” sugerido por Bhaba, espaço migrante onde é possível pensar a construção de um lugar cuja identidade se conforma longe do tempo vazio da modernidade. Tal como comunidade imaginada (Anderson) a praça ganha visibilidade social depois que sua materialidade é destruída para a abertura da Avenida símbolo do Estado Novo: Presidente Vargas. Sob o manto de berço do samba, a praça Onze abrigou a comunidade de Ciata de Oxum
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  • Marilea de Almeida
    Memória e Identidade: Uma análise da Comunidade Quilombola de São José (1998-2004)
    O presente trabalho analisa a Comunidade Quilombola de São José da Serra situada na Fazenda São José da Serra, no município de Valença, no período de 1998 a 2004, busca refletir a respeito das estratégias utilizadas pela comunidade no contexto e processo sua auto-definição como remanescente quilombola. Para tanto será abordado os conceitos “lugares de memória”, identidade e hibridismo cultural.


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05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Silvio de Almeida Carvalho Filho
    A Masculinidade em Connell: os mecanismos de pensamento articuladores de sua abordagem teórica.
    A obra "Masculinities" de R. W. Connelll, publicada em 1995, tem sido erigida como um dos referenciais teóricos mais marcantes no campo de estudos sobre masculinidade. Pretendemos, nessa comunicação, realizar uma reflexão sobre os microssistemas, os mecanismos ou modelos de pensamentos, as soluções lógicas ou as atitudes coerentes, possuidores de orientações, congruências e encadeamentos sistêmicos, em suma, as “placas de coerência” escolhidas pelo autor para analisar o conceito de masculinidade. Ademais, analisaremos criticamente os seus resultados teóricos nesse intento.
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  • GRACIELE ARAUJO DA SILVA
    A Ordem do Discurso: Lemos de Brito e a construção da penitenciaria feminina (1924-1943).
    Dentro das discussões produzidas a respeito do sistema prisional no Brasil no final do século XIX e inicio do século XX, Lemos de Brito vai ser, a partir da década de 1920, um importante representante das discussões sobre a situação da mulher no sistema prisional e da necessidade de construção das penitenciarias femininas. Esse trabalho vai abordar o discurso de Lemos de Brito sobre a necessidade de separação dos sexos no sistema prisional, que se encontra pautado principalmente na necessidade de garantir a "paz" e a tranqüilidade desejada nas prisões masculinas, construindo um discurso em que a mulher era representada como perturbadora da “paz” nos presídios.
  • Fábio Henrique Lopes
    Violências e masculinidades na belle époque carioca
    Esta comunicação tem como objetivo analisar a violência praticada entre parceiros íntimos como elemento constitutivo de uma determinada masculinidade.
    Privilegia os casos publicados pela imprensa carioca do início do século XX para evidenciar as condições históricas desse tipo de violência, para identificar as razões de a violência entre parceiros íntimos ser vista e concebida, principalmente, como uma atitude tipicamente masculina e um signo de masculinidade.
    Ao mesmo tempo, analisa as condições femininas, os papéis, os lugares e as experiências das mulheres envolvidas em relaçõe íntimas marcadas pela violência.

  • Ana Lúcia Vieira
    Vivências e Sobrevivência de Operárias e Operários da Companhia Nova América no Âmbito das Assimetrias de Gênero e Classe Social na Era Vargas (1930 –1954)
    Trata-se do resultado de nossa investigação da intervenção estatal varguista (1930-1954) nas relações entre patrões e trabalhadores: a política trabalhista de harmonização de interesses e de máxima produtividade. Nosso horizonte de observação circunscreveu-se a análise do cotidiano de operários(as) em uma indústria têxtil do Rio de Janeiro, onde medidas reguladoras do trabalho reafirmavam modelos de masculinidade/feminilidade: a força produtiva do homem, levado à exaustão em nome da virilidade, somada ao potencial de reprodução biológica e social da mulher. Identificamos uma convivência permeada de tensão e ambigüidades nos relatos, memória de situações onde se mostram presentes, tanto as mudanças, quanto às permanências dos atributos vinculados aos conceitos de feminilidade e masculinidade tidos como modelos herdados. Ademais, constatamos, que os(as) trabalhadores(as), no cotidiano, de forma sutil, desenvolveram formas de resistências através das apropriações, negociações e inversões das normas impostas. Aproveitaram brechas na trama das relações de poder para melhorar as condições de vida no cotidiano dos seus lares, e ampliar o leque de atividades e projeção social.
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06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • José Costa D'Assunção Barros
    A Construção Social da Cor - Desigualdade e Diferença na construção e desconstrução do Escravismo Colonial
    Desigualdade e Diferença, no âmbito de suas oposições ao conceito de Igualdade, são noções que têm interagido na História de modos diversificados. Freqüentemente, processos repressivos e violências em diversos níveis ocultam-se na articulação ou no deslocamento entre estas duas noções, na conversão de Desigualdades em Diferenças e vice-versa. Pretende-se aqui discutir a construção social de uma Diferença - a noção de uma raça negra no processo de instituição do Escravismo Colonial no Brasil - e sua artculação a uma Desigualdade que freqüentemente foi pensada como Diferença: a idéia de Escravidão. Busca-se refletir acerca dos modos conforme os quais, na história do escravismo brasileiro, se entrelaçaram estas duas noções - Raça Negra, Escravidão - e sobre os deslocamentos discursivos da idéia de Escravidão, ora tratada como Diferença ou Desigualdade. De igual maneira, parte-se da reflexão de que a própria construção de uma Identidade Negra produziu-se, na formação do Escravismo Colonial brasileiro, às custas da relativa desconstrução de uma diversidade de identidades étnicas que já eram trazidas pelos africanos escravizados. A comunicação refere-se a alguns aspectos desenvolvidos em um livro recentemente publicado pelo autor (A Construção Social da Cor. Petrópolis: Vozes, 2008).
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  • Gustavo Pinto de Sousa
    Liberdade ou Emancipação: o paradoxo discursivo em relação aos africanos livres na Casa de Correção 1831-1850.
    O texto tem como objetivo discutir numa chave poder-saber a construção do discurso jurídico durante o processo de construção da Casa de Correção da Corte envolvendo os Africanos livres como meio de viabilizar a edificação da prisão símbolo de progresso, modernidade e civilidade na Corte do Brasil. Dessa maneira serão abordados os diversos desdobramentos dos discursos que a elite política da Corte proferiu a respeito do cotidiano dos negros libertos, num paradoxo de liberdade ou emancipação dos Africanos livres dentro do processo de relações raciais e poderes.
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  • Marilene Rosa Nogueira da Silva
    Carceralização da escravidão na cidade do Rio de Janeiro- 1830-1888”.
    Essa comunicação se inscreve num projeto maior que analisa a construção do discurso jurídico político da prisão como lugar da punição no Brasil. Como vigiar e, principalmente, como punir as infrações e crimes cometidos por escravos e escravas no espaço urbano?A reforma de 1830 que buscava o ordenamento, jurídico, penal e institucional do país, passa a legislar sobre a punição dos escravos, classifica os delitos, normalizando a carceralização. A Casa de Correção de filantropia a um projeto de Estado que deveria atender às mudanças da legislação, inaugurada em 1850, foi ponto de irradiação do novo sistema. Nesse lugar idealizado, a tortura deveria ser substituída pelo cárcere; o carrasco pelo carcereiro, o anatomista por educadores.A Correção, a Detenção e o Calabouço ocupavam o mesmo espaço físico, eram regidos pelo mesmo regulamento, possuíam o mesmo comando burocrático, pois um diretor respondia por eles Aproximados pela lei esses espaços se diferenciavam pelo status social dos seus habitantes, pela relação trabalho/ócio entre os apenados e os que aguardavam decisão judicial, pela mordomia dos sustentados pela família e dos que viviam às custas do Estado e, principalmente, pela condição jurídica de ser livre, liberto ou escravo-sujeito dessa exposição.


  • Hildeberto Vieira Martins
    Da ilusão à verdade racial: a medicina e a produção da diferença
    Nossa pesquisa tem como objetivo principal discutir a produção
    médico-científica sobre o negro no Brasil em finais do século XIX. Essa
    produção medicalizadora teve como conseqüência a criação de um modelo
    explicativo acerca desse grupo social a partir de determinadas
    características definidas, à época, como raciais. O nosso propósito é
    realizar uma análise histórica que possibilite interrogar quais são as
    condições de produção de certos discursos científicos (idéias/práticas)
    sobre o negro e a questão racial brasileira. Queremos apontar que o negro
    ganhou “um passado, uma história, uma infância, um caráter, uma forma de
    vida” (Foucault, 1999:43). Tudo estava a partir desse momento referenciado
    ao “problema” racial. Como recurso metodológico para esta investigação,
    lançamos mão de pesquisa bibliográfica. Analisamos os textos produzidos e as
    respostas apresentadas como as mais adequadas pelos “homens de sciencia”
    para este problema. Utilizamo-nos dos trabalhos da denominada “Escola Baiana
    de Antropologia”, movimento que teve papel importante para a formação do
    saber médico-psiquiátrico no Brasil. Foram realizadas ainda pesquisas na
    Biblioteca Nacional e Academia Nacional de Medicina.

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06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Alberto Moby Ribeiro da Silva
    A Nova Cançó: identidade cultural e resistência política
    Na década de 1950 surge na Catalunha, contemporaneamente ao rock e à canção pop, um novo gênero musical conhecido como Nova Cançó. Originalmente de clara inspiração francesa, o movimento era arti-culado à reivindicação reivindicação do direito ao uso do idioma catalão e de pressupostos éticos de cunho democrático, num momento em que toda a Espanha vivia sob a ditadura de Francisco Franco, especialmente dura com os catalães. Embora com suas origens no ambiente universitário, a Nova Cançó foi assimilada pelas diferentes classes sociais, através de cantores como Raimon, Lluís Llach e, sobretu-do, Joan Manuel Serrat. Nos anos 1960-70 a obra de uma parte desses cantores foi utilizada como arma política por amplos setores populares para expressar suas reivindicações. Por outro lado, foi impiedosa a censura não só às obras desses autores como também à sua atuação em público e à execução de suas canções na mídia. Apesar das semelhanças com outros movimentos de conscientização política, protes-to, resistência a situações injustas ou a regimes de força, como a protest song dos EUA, a Nueva Canción Chilena ou a MPB dos anos 1960-70, pretende-se discutir a Nova Cançó como articulação da luta contra a ditadura franquista com a afirmação da identidade cultural e da autonomia catalã.
  • André Luis Gonçalves de Moura
    Educação, qualiade de vida e respeito a divervidade no Distrito Federal
    A pesquisa “Educação, qualidade de vida e respeito à diversidade no Distrito Federal: o caso do Guará” visa analisar os discursos de estudantes de escolas públicas de uma área urbana de classe média, o Guará, sobre educação, qualidade de vida e identidades; fazendo um levantamento teórico conceitual de educação, identidade e diferença; trabalhando a sociologia da educação e com teoristas como Émile Durkheim, Stuart Hall e Tomaz Tadeu da Silva. Grande parte dos estudantes das escolas selecionadas é oriunda da favela Estrutural aos arredores do lixão de Brasília. A pesquisa questiona como as relações de alteridade na escola contribuem para a formação desses conceitos, assim como para a formação identitária do educando. A metodologia do projeto consiste na aplicação de questionários, entrevistas com os alunos e discussões em grupos focais formados por alunos voluntários. Apesar de lidar com questões delicadas como preconceito, rejeição, intolerância e exclusão social, tem por objetivo detectar problemas e valorizar as práticas de respeito, tolerância, reconhecimento das diferenças e superação das desigualdades, prevendo, portanto, benefícios para as comunidades estudadas.

    Palavras-chaves: Educação. Qualidade de vida. Diversidade. Identidade

  • Carolina Dellamore Batista Scarpelli, Joana D`Arc Fernandes Ferraz
    Ditadura no Brasil: desafios da memória e do patrimônio
    Depois de 44 anos do Golpe Militar no Brasil, a memória da ditadura militar ainda carece de uma ampla discussão política. Em primeiro lugar, devemos pensar como vem sendo preservada esta memória? Que uso político está sendo feito dela? Como a sociedade deve construir essa memória? A política de preservação da memória e do patrimônio deve ser entendida em sua concepção mais ampla, como o resultado de uma “prática social e cultural de diversos e múltiplos agentes”, conforme assinala Déa Ribeiro Fénelon (1992: 31). Portanto, nos interessa pensar de que forma podemos construir a memória e seus suportes como o patrimônio.O que se verifica é que na maioria dos casos, os atores que lutaram contra o Regime não se sentem representados pela memória nacional, pelos monumentos, pelas Leis e Decretos. A noção de patrimônio, tal qual a compreendemos na contemporaneidade, engloba uma discussão mais ampla, em toda a sociedade, sobre o que “deve” e “pode” ser memorável. A superação deste trauma exige a existência de uma superfície adequada de inscrição dos sujeitos envolvidos. Essa é a função dos monumentos, das comemorações etc. Não é isso o que vem ocorrendo. As marcas da ditadura ainda se fazem presentes na cidade. Preocupa-nos averiguar como estas marcas são vistas pelos grupos atingidos.
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  • Eli de Fátima Napoleão de Lima
    Identidade social e natureza: tensões entre saberes na assessoria técnica em assentamentos rurais
    Os conteúdos apresentados fazem parte da compreensão dos condicionantes sociais que atuam na interação entre técnicos e agricultores em assentamentos rurais de reforma agrária. O seu foco esclarecer as diferenças entre os saberes técnicos agropecuários e os saberes cotidianos dos agricultores assentados. Os focos analíticos enfatizam a formação do técnico naquilo que se refereà socializaçãoda pessoa do técnico como também da institucionalização do ensino técnico no Brasil e os condicionantes sociais e históricos que imprimem especificidades na socialização dos agricultores assentados, bem como do espaço social do assentamento.Espera-se que a abordagem do tema a partir das identidades sociais contemporâneas permita entender o "lugar social" dos atores principais da assessoria técnica e as motivações das ações oriundas de suas distintas visões de mundo.

07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Ulisses de Figueiredo Silva
    A representação da Idade Média no cinema do século XXI
    O trabalho tem como objetivo mostrar a possibilidade da utilização do cinema - face à importância cultural da imagem na sociedade contemporânea - como fonte histórica para o estudo da sociedade que o produziu/consome. A relação entre cinema e história nos serve como instrumento de investigação e produção do texto baseado no filme TRISTÃO E ISOLDA. A história dirigida por Kevin Reynolds no ano de 2006, inspirada em lenda do século XI, nos permite analisar como a sociedade contemporânea - através deste cineasta – pensa ou imagina a Idade Média.
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  • Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva
    Diferenças e Desigualdades: Representação da Exclusão nas Imagens Artísticas
    Pretende-se apresentar neste estudo um conjunto de representações da construção social da diferença nas imagens artísticas evidenciadas pela história da arte. Acredita-se que ao longo dos processos históricos as imagens foram importantes instrumentos de registro dos aspectos culturais e também consolidou no imaginário popular a desqualificação da diferença. A partir da seleção de um grupo de imagens validadas pela historiografia oficial foram arrolados os conceitos exclusão, feio e grotesco presentes nos contextos de produção destes objetos artísticos e suas relações com a recente história da inclusão, fenômeno bastante atual na realidade brasileira. Entre os resultados pode-se destacar o uso da imagem artística como elemento de divulgação do preconceito, bem como, a preferência pela representação do “feio e do exótico”. Percebeu-se também que as imagens estão impregnadas de elementos que abordam as temáticas do cotidiano. Neste estudo concebemos a leitura da imagem como um processo aberto, permeado pela subjetividade coletiva de cada tempo e espaço, ao mesmo tempo em que também é construída pelo sujeito leitor e sua subjetividade.
  • Monike Garcia Ribeiro
    O Portal da Academia de Belas Artes e o ArquivoCFC/Minc- Memória e Patrimônio
    Busca-se discorrer - em âmbitos descritivos e analíticos - sobre uma documentação oriunda do recém criado Arquivo CFC/Minc, cujo processo de recuperação encontra-se a cargo do setor de política Cultura da Casa de Rui Barbosa-RJ. O processo documental de 1976 trata de uma solicitação feita pelo Arquiteto Donato de Mello Junior ao CFC para recompor o Portal da antiga Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro, instalado no Jardim Botânico, de autoria de Grandjean de Montigny. O arquiteto Francês Grandjean chegou ao Brasil em 1816, acompanhando um grupo de artistas franceses a convite de Dom JoãoVI. O prédio da Academia de Belas Artes foi demolido no final da década de 1930, restando, entre suas ruínas, o portal de Montigny. O portal, contudo, foi preservado ao ser levado para o Jardim Botânico na década de 1940. E é este gesto de recuperação da memória neoclássica que permitirá o surgimento de uma questão documental que analisaremos, já no contexto dos anos 1970. A documentação nos remete a refleti-la à luz da História da Arte, Memória Social e dos estudos sobre patrimônio cultural, considerando que os campos estarão alicerçados pela História
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  • Rosangela de Oliveira Dias
    Representações da Cidade do Rio de Janeiro: Chanchada e Cinema Novo
    A cidade do Rio de Janeiro foi cenário de diversas tramas cinematográficas, tanto na chanchada dos anos 50 - filmes que misturavam musical, trama amorosa, policial e comédia - como no Cinema Novo dos anos 60 - películas que pretendiam denunciar as injustiças da sociedade brasileira. A representação da cidade do Rio de Janeiro veiculada pelos dois tipos de filmes divergiam em vários aspectos. Na chanchada surgiu um Rio cosmopolita, hospitaleiro e alegre. No Cinema Novo as favelas foram privilegiadas como espaço do desenrolar das tramas, um Rio carregado de contradições e injustiças sociais explode na tela.
    Comparar estas duas visões, analisar as diferenças entre elas e como exibiram as desigualdades sociais dos anos 50 e 60 são os objetivos do trabalho.

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07/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • ana beatriz vasconcellos freitas
    A elite carioca e sua pobreza envergonhada
    Em 1938, foi criada na cidade do Rio de Janeiro a instituição filantrópica Apoio Fraternal, com a exclusiva missão de auxiliar a pobreza envergonhada, pessoas que sofreram uma reclassificação social e sentiam-se constrangidas em procurar instituições tradicionais de ajuda a pobreza. O resgate da historia dessa instituição permite exemplificar que o pertencimento a um grupo social pode transcender aos aspectos econômico e sócio-profissional. Esse trabalho busca também discutir o caráter conflituado desse pertencimento. Por fim, demonstrará a concepção de caridade do grupo fundador da instituição e sua prática social para o desenvolvimento dessa caridade apreendido através da leitura das atas de reunião no período 1938-1948, concluindo que a instituição gerou uma solidariedade vertical do ponto de vista econômico, porém manteve uma solidariedade horizontal do ponto de vista afetivo. Dentro desses mesmos moldes a instituição funciona até hoje na zona sul do Rio de Janeiro.
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  • Marina Vieira de Carvalho
    Os Vadios na Resistência ao Disciplinamento Social no Rio de Janeiro da Belle Époque
    O presente tema tem como problemática a reação dos vadios às medidas intervencionistas do poder institucionalizado durante a primeira República, especificamente, o período de 1888 a 1906; época em que se deu a concretização do Código Penal de 1890, o qual estabelecia a contravenção da vadiagem, bem como às reformas urbanas e higiênicas e à conseqüente disseminação do discurso de modernidade. A historiografia que versa sobre os “excluídos”, os “marginalizados” do primeiro período republicano é bastante extensa, no entanto, o que se pretende com esse estudo é levantar alguns questionamentos sobre o suposto papel consagrado a esse segmento social. Será que a atuação dos populares do Rio de Janeiro, em destaque os vadios, os limitava a simples vítimas das medidas arbitrárias e violentas do novo regime? Será que não exerceram algum tipo de reação às normas impostas ao espaço e aos corpos da capital federal? E tais normas, será que objetivavam unicamente a exclusão dos “não-adaptados”, isto é, da população “bárbara” descendente de uma cidade atrasada e colonial? Ou tais medidas tinham também intenções para além da exclusão, como o adestramento e a resultante normalização da população às novas práticas sócio-econômicas da urbe?
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  • Maria Cláudia Cardoso Ferreira
    A trajetória de Arlindo Veiga dos Santos: movimento negro e monarquismo na década de 1930
    O trabalho objetiva apresentar apontamentos da vida política do jornalista e professor universitário Arlindo Veiga dos Santos. Veiga nasceu em Itu, São Paulo, e dirigiu duas entidades nacionais surgidas na década de 1930: a Frente Negra Brasileira e a Ação Imperial Patrianovista Brasileira. Sua atuação pública se caracterizou pela construção de uma identidade que combinou o pertencimento ao movimento negro com a filiação católico-monarquista. No entanto, esta não foi uma tarefa fácil, pois o intelectual teve sua trajetória permeada por momentos de consensos e dissensos em ambas as organizações em que atuou.
  • Júlio Cláudio da Silva
    Das cores no teatro: histórias do tempo da fundação do Teatro Experimental do Negro nos relatos de Ruth de Souza: (1940)
    Na década de 1940, um dos momentos de redefinição do conceito de nação no Brasil, houve a fundação de duas importantes instituições do ativismo negro, o Teatro Experimental do Negro, em 1944, e o jornal Quilombo, 1948. Ambas destinavam-se a denunciar o racismo e articular os mecanismos possíveis para a superação das desigualdades sócias dele decorrente. Não por acaso em 1945 a jovem Ruth de Souza iniciou sua trajetória profissional nos palcos do TEN tornando-se, provavelmente, a primeira atriz negra a interpretar um texto de repertório clássico no teatro brasileiro. O fato ganha relevância histórica por ser prática corrente, naqueles dias, atores brancos pintarem-se de preto para encenar os raros personagens negros existentes. O objetivo da nossa comunicação é recuperar alguns aspectos da história dessas instituições a partir do depoimento oral da atriz Ruth de Souza. Analisaremos os significados da fundação do TEN e da rede de solidariedades com professores, jornalistas, dramaturgos, poetas, pintores e entre outros. Tais relações de alianças emergem da memória da atriz sobre a convivência como esses personagens no Café Vermelhinho e., também, são perceptíveis na leitura do jornal Quilombo.






  • Surama Conde Sá Pinto
    O Morro da Graça e a política carioca
    O modelo de República vitorioso implantado no Brasil no final do século XIX abriu espaço para a projeção de figuras e locais que acabaram tornando-se parte do folclore político da época. Pinheiro Machado e a sua residência, situada no Morro da Graça, na cidade do Rio, para onde afluíam interessados em acordos e benesses, são uma delas. A ação política do velho general gaúcho, que chegou a ganhar uma marcha carnavalesca -Bico na Chaleira - que de tão popular consagrou o uso dos termos chaleira e chaleirar como sinônimos de bajular, não se circunscrevia entretanto à arena nacional. A política no Rio de Janeiro, cidade marcada por grandes desigualdades sociais, também foi espaço de sua atuação, embora os historiadores até o momento tenham demonstrado pouco interesse pelo tema. Esta comunicação apresenta como proposta central divugar resultados parciais da pesquisa em desenvolvimento que visa exatamente a analisar as relações entre o Morro da Graça e a política carioca nas primeiras décadas do século XX. O que se busca mostrar é que Pinheiro Machado e o "pinheirismo" foi um fator de dissenso e um elemento difernciador entre os membros da representação carioca no Congresso no período.
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