Calendário Geral Programação Conferências e Mesas-redondas Inscrições Credenciamento/secretaria Novo! Simpósios Temáticos Salas! Anais Eletrônicos Novo! Mini-cursos Salas! Grupos de trabalho Novo! Fórum de graduação Lançamento de Livros Exibição de filmes Comissão organizadora Sobre a ANPUH-Rio Sobre a UFRRJ Mapa! Alimentação e hospedagem Localização e transportes
Você está em: Página inicial / Simpósios Temáticos

Simpósios Temáticos


Relações Internacionais e Política Externa: História e Historiografia

Coordenadores:
Adriano de Freixo
Mônica Leite Lessa

Resumo:
Um dos objetivos centrais deste Simpósio é o de contribuir para a constituição de um espaço que agregue pesquisadores de História das Relações Internacionais e de Política Externa vinculados às diversas Universidades e Instituições de pesquisa existentes no estado do Rio de Janeiro, buscando o estímulo ao debate e à troca de experiências, como já vem acontecendo nos Encontros Nacionais da ANPUH. Partindo da multidisciplinaridade característica da área e de seus diálogos com outras áreas de conhecimento como a Ciência Política, a Sociologia, o Direito e a Economia, bem como com outros campos da História, procuraremos refletir sobre as diversas formas de interação, cooperação, conflitos e assimetrias de poder constituintes dos cenários regionais e sub-regionais, bem como das dinâmicas históricas da sociedade internacional ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. Dessa maneira, diferentes atores poderão ter seus posicionamentos, ações e visões
enfatizados e confrontados: os Estados, as elites, as organizações governamentais e não-governamentais, as empresas e outras formas de entes corporativos atuantes nos diversos campos da esfera internacional, tais como o diplomático, o político, o militar, o econômico, o jurídico, o científico e o cultural. Além disto, também buscaremos ampliar as discussões sobre as diferentes concepções teóricas e metodológicas sobre a História das Relações Internacionais e da Política Externa.

Programação:

05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Carlos Maurício Pires e Albuquerque Ardissone
    A Política Externa do Governo Lula e as Relações Bilaterais Brasil-Paraguai: um obstáculo para a integração regional?
    O trabalho pretende apresentar uma análise ampla e detalhada da diplomacia do Governo Lula em suas relações com o Paraguai. Pretende-se demonstrar que o "ressentimento do vencido" - a lembrança da Guerra do Paraguai - é um aspecto que ainda exerce forte influência na forma como atores políticos paraguaios percebem as relações diplomáticas com o Brasil. Apesar de ITAIPU ter representado, no seu tempo, um período de aproximação importante nas relações bilaterais,o fato é que, nos dias atuais, há vários pontos de atrito de natureza política e econômica que demarcam as relações entre Brasil e Paraguai. Após o fim da ditadura Stroessner e o advento do Mercosul, uma euforia inicial marcou o olhar paraguaio sobre o Brasil, mas foi adquirindo um tom cada vez mais crítico e pessimista, tendo em vista a pouca contribuição que o processo de integração regional proporcionou para o crescimento econômico, melhoria do quadro social e desenvolvimento tecnológico do menor sócio do bloco. Ao final, o estudo pretende demonstrar que o Governo Lula, apesar de suas tentativas de aproximação com o Paraguai, não logrou afastar as visões críticas paraguais em torno de uma suposta "postura imperalista brasileira". O período eleitoral paraguaio torna o cenário ainda mais complexo e digno de análise
  • angelita matos souza
    Brasil e Bolívia: o gasoduto e a integração regional
    Pretendemos analisar as relações entre Brasil e Bolívia no setor energético, buscando desvendar os caminhos que levaram à “opção” pela construção do gasoduto Brasil-Bolívia e as razões para as nacionalizações do governo Morales. Interessa-nos a abordagem dos interesses envolvidos; as vantagens e desvantagens do investimento do ponto de vista empresarial (da Petrobrás) e do ponto de vista dos interesses nacionais (o preço da dependência face ao gás boliviano); as vantagens e desvantagens para a Bolívia (por exemplo, nas negociações acerca do preço pago pelo gás boliviano, sendo o Brasil, praticamente, o único comprador; por outro lado, a oportunidade do investimento à Bolívia, bancado eminentemente pelo Brasil). E se a alteração da ênfase sobre a matriz energética – das hidrelétricas para as termoelétricas- é bastante questionável do ponto de vista dos interesses nacionais; defenderemos que a despeito dos problemas identificados e das nacionalizações recentes, o investimento não foi economicamente prejudicial à Petrobrás e, do ponto de vista da maior integração regional, é bastante defensável como interesse nacional. Concluiremos com uma rápida análise dos últimos acordos entre os dois países e os avanços alcançados quanto à definição de metas e prioridades.
  • Daniel Santiago Chaves
    DOS ANDES ATÉ A PLANÍCIE, UM OLHAR COMPARATIVO SOBRE A POLITICA NACIONAL BOLIVIANA (2003-2008)
    Ao tentar compreender as hodiernas tensões endógenas do Estado boliviano no cenário de pós-Guerras do Gás e da Água, compreendemos que o processo político revolucionário na Bolívia se desdobra além de estudos sistemáticos sobre o novo governo de esquerda. Nessa direção, às portas do século XXI, buscaremos compreender sucintamente as questões relativas ao atual momento e ordenamento democrático deste país tendo em vista a expansão da tendência da democracia direta, a questão do ordenamento político do Estado, das questões relativas ao conflito das autonomias entre o governo x medialuna e não menos importante, da clivagem territorial tão ameaçada neste país.
    Não esquecemos das transversais determinações econômicas envolvidas aqui: a nova questão agrária cidadã e a defesa da unidade agrícola produtiva; o avanço e subseqüente rechaço ao programa de liberalização econômica dos últimos anos; e ainda os recursos naturais no centro da disputa nacional e provincial.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Rafael Pinheiro de Araujo
    Por uma análise comparativa dos hodiernos processos políticos da Bolívia e Venezuela; liderados, respectivamente, pelos mandatários Evo Morales e Hugo Chávez.
    No início do século XXI, movimentos sociais, agremiações políticas e mandatários de esquerda ascenderam na América do Sul. Com as suas mais diversas matizes teóricas, trouxeram novas perspectivas e esperanças para populações inteiras, submersas no final do século XX a inópia e marginalidade.
    Ademais, o crescimento da corrupção envolvendo os poderes legislativo, executivo e judiciário do conjunto dessas nações, propiciou uma profunda crise de representatividade da população em relação aos seus partidos políticos tradicionais e “caciques” político, responsáveis pela a chegada de novos atores no espectro político.
    Nesse meandro, Bolívia e Venezuela assumiram um papel destacado; não apenas pelo fato da ascensão à presidência dos polêmicos e carismáticos Evo Morales e Hugo Chávez, mas também por terem trazido novas discussões teóricas para os atores sociais e a academia, principalmente, pela propagação dos princípios de democracia participativa e socialismo do século XXI.
    Neste sentido, buscar-se-á nesse trabalho analisar de forma comparativa os projetos políticos desses dois expoentes da nova esquerda sul-americana, as relações e identificação dos movimentos sociais e a importância da organização partidária nesse novo processo.

    DownloadDownload do Trabalho

05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Saionara Gomes Ladeira
    A Missão Estrangeira no Rio da Prata(1851-53): A diplomacia brasileira em defesa do Império.
    A assinatura dos Tratados de 1851 veio inaugurar uma tentativa definitiva e amistosa de delimitação das fronteiras nacionais ao sul. Logo nos anos posteriores a assinatura dos mesmos surgem posicionamentos contestatórios nos dois Estados sobre a legitimidade de suas resoluções e até mesmo dos interesses que teriam sido valorizados internamente no Império do Brasil e na República do Uruguai e que puderam de alguma forma beneficiar um deles em detrimento do outro no instante da assinatura de tais resoluções.
    A partir dessas inquietações provocadas pela repercussão dos Tratados de 1851 tornou-se necessário o envio para a Região Platina de Missões Estrangeiras (1851-53) que iniciaram uma negociação pela ratificação dos mesmos. Analisaremos a importância da Missão Diplomática da qual participou o Visconde do Rio Branco, neste momento imediato a assinatura dos Tratados de 1851.


    DownloadDownload do Trabalho
  • Alex Navarro Vasconcellos
    Política externa e meio ambiente
    O presente trabalho busca compreender parte da dinâmica da política externa brasileira no que se refere ao meio ambiente, no período de 2003 à 2007. A pesquisa parte da análise das diversas formas de interação, cooperação e conflitos que permeiam a ação do Estado brasileiro no cenário internacional. A partir do estudo das organizações governamentais, em seu corpo diplomático e político, são analisados os discursos das principais lideranças no que tange à política externa brasileira referente ao meio ambiente. A melhor compreensão dessa temática elucida a atual posição do Brasil como uma das principais lideranças mundiais no que se refere à questão ambiental. Nesse sentido, observamos uma mudança qualitativa na política externa brasileira na passagem para o atual governo.
  • Daniel de Campos Antiquera
    A ausência da Amazônia na história da política exterior do Brasil até a década de 1970
    Este trabalho pretende ser uma leitura panorâmica da história da política exterior do Brasil até a década de 1970, década em que é assinado o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), em 1978. Os diferentes momentos da política externa nacional serão explicitados em sua relação com a temática amazônica, ou seja, pretende-se verificar qual o papel da região em cada momento das relações exteriores do país. Será feito um breve histórico da política externa para o território amazônico, desde a época colonial, procurando-se a explicação para o aparecimento ou ausência da região na agenda da política exterior do país. Num ou noutro caso, é preciso que se deixe claro o perfil predominante da política externa em cada época, com suas prioridades e linhas. A intenção é apenas traçar uma perspectiva temporal, baseada na literatura a respeito da história da política exterior do Brasil, para evidenciar que: 1) a Amazônia, até a década de 1970, não teve espaço significativo na agenda de política externa do Brasil; 2) os historiadores da política externa brasileira também não se dedicam de forma a entender e explicar a importância internacional da Amazônia o longo da história.
  • José Cauby Soares Monteiro
    O papel da Amazônia na política externa brasileira
    Um Grão Pará com fronteiras mal-definidas e o fantasma de uma “cobiça internacional” (criação anacrônica da historiografia nacionalista e do ideário militar do século XX) fora para Portugal, guardadas as devidas proporções territoriais e geopolíticas, o mesmo que a Guiana para França: uma área colonial periférica. A metrópole, face aos conflitos entre colonos e jesuítas na disputa pela mão-de-obra indígena, expulsou os missionários e consolidou seu poder estatal através dos diretórios. Em 1823, ocorreu a “adesão” à Independência, depois de ameaças e negociação dos mercenários ingleses com os comerciantes portugueses de Belém. A Cabanagem em 1835/40, a determinação americana em reivindicar a abertura do Rio Amazonas à navegação internacional (adiada até 1866), o boom da borracha (1850), e o sucesso diplomático na questão do Acre e na demarcação das fronteiras com as Guianas, Colômbia e Peru não foram tão marcantes quanto a débâcle da economia gomífera. A Região atravessou então uma era de decadência (1920-1950) que só se alteraria com a estrada Belém-Brasília e o desenvolvimentismo de JK aos militares. A retomada do ambientalismo nas R. I. configura um cenário complexo para a Região onde ecologia, segurança e desenvolvimento ainda são temas desconexos.

06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Bianca Rihan Pinheiro Amorim, Paula Silva Rollo, Renata Reis dos Santos
    As relações interamericanas durante o Governo Geisel
    Através dos documentos encontrados nos acervos do ex-presidente Ernesto Geisel e de seu ministro das relações exteriores Antônio Azeredo da Silveira disponibilizadas no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC-FGV), procuramos problematizar as relações dos países latino-americanos na segunda metade dos anos 1970, período no qual vários desses países estiveram sob ditadura. Abordamos também as trocas de informação entre os governos autoritários do Cone Sul em diversos níveis, privilegiando os esforços por ações no combate a "subversão", bem como as articulações entre os vários países da América Latina no intuito de garantir suas respectivas isenções nos processos de acusação de violações dos direitos humanos. Por fim, discutimos a preocupação do governo Geisel com relação a chegada de exilados argentinos ao Brasil.


    DownloadDownload do Trabalho
  • Adjovanes Thadeu Silva de Almeida
    Brasil e Portugal no Sesquicentenário da Independência brasileira (1972)
    A presente comunicação abordará alguns aspectos da aproximação entre Brasil e Portugal, durante as comemorações oficiais pelos 150 anos da Independência brasileira, enfatizando os elementos concernentes à cultura, como o futebol e a produção do filme Independência ou Morte. Outro elemento primordial na comunicação em tela refere-se às cerimônias que envolveram a entrega dos despojos mortais de d. Pedro I ao governo brasileiro e, posteriormente, à sua inumação no Monumento do Ipiranga – quando a participação portuguesa ocorreu através da presença de uma delegação oficial chefiada por seus principais dirigentes (Marcelo Caetano e Américo Thomaz, respectivamente Presidente do Conselho de Ministros e Presidente da República).
    DownloadDownload do Trabalho
  • Monique Sochaczewski Goldfeld
    O Brasil e o Império Otomano: similaridades e diferenças nos rituais de adesão à Sociedade Internacional dos Estados soberanos
    A comunicação visa apresentar reflexões a respeito da forma como o Brasil e o Império Otomano buscaram seu reconhecimento no âmbito da Sociedade Internacional dos Estados soberanos na segunda metade do século XIX. O intento é, em um primeiro momento, apresentar a idéia de uma Sociedade Internacional em expansão, como se dá no âmbito da Escola Inglesa das Relações Internacionais e, a partir de então, abordar os rituais pelos quais passaram estas entidades visando cumprir as exigências européias de credenciais de “civilização”. A assinatura de leis e tratados, assim como a adesão a convenções e a participação em conferências e exposições internacionais serão então apresentados de forma mais detalhada.
  • Igor Silva Gak
    O Pacto para brasileiros: Repercussão da assinatura do Pacto Ribbentrop-Molotov na imprensa carioca
    A assinatura do Pacto Ribbentrop-Molotov (pacto de não-agressão entre a Alemanha nazista e a União Soviética) a fins de agosto de 1939 suscitou discussões acaloradas na imprensa internacional. A imprensa carioca, dividida entre financiamentos de agências estrangeiras, não ficou de fora do debate. No âmbito da dimensão cultural da política externa alemã para o Brasil, este artigo pretende analisar o discurso de alguns jornais cariocas e suas aproximações e distanciamentos com o discurso ideológico nazista relativo à assinatura do Pacto. Esse trabalho permite identificar os jornais cariocas de fato ligados à política cultural da Alemanha nazista e também ajuda a compreender se havia uma política alemã específica que se ocupava de divulgar, entre os brasileiros, o “ponto de vista” nazista.
  • Fabíola Maria da Silva Chagas
    Itamaraty x Senado: a política exterior dos anos 50 em jogo.
    O presente artigo visa analisar os conflitos e as negociaçõers entre o Itamaraty e o Senado durante os anos 50, no que se refere a formulação e aplicação da política externa brasileira. Nesse sentido buscamos conectar o 2º Governo de Getúlio Vargas (1951 - 1954) e de Juscelino Kubitschek (1956 - 1960) e assim entender como se processou as relações entre Senado e Itamaraty nesse período genéricamente chamado de redemocratização que se inica em 1945, na medida em que, o Itamaraty buscava conservar sua autonomia e o Senado tentava fortalecer sua presença na formulação da política externa brasileira.
    DownloadDownload do Trabalho

06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Aruã Silva de Lima
    Imperialismo e o local: os casos de Otávio Mangabeira e Juracy Magalhães
    O cenário mundial instável, tanto em função da corrida armamentista como do alastramento da ordem capitalista, do período entreguerras impactou o Brasil de diversas formas. Uma das maneiras de olhar para esse fenômeno é entender o comportamento das elites face a eventos que puseram a ordem econômico e instabilizaram os mecanismos internacionais e estatais de tomadas de decisão. Observar, portanto, um país periférico e, em específico, seus condutores de política externa e as pressões que estes sofriam das mais variadas facções políticas, significa, dentre outras coisas, compreender as formas de atuação daquilo que convencionou-se chamar de imperialismo “informal” para designar, dentre outras, uma ação imperialista que não possui um caráter de intervenção formal por parte de Estados-nações em relação a outros. A presente proposta de comunicação tem, portanto, como objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa sobre a influência de Otávio Mangabeira e Juracy Magalhães nas relações do Brasil com o mundo e, em especial, com os Estados Unidos. Desse modo, o principal aspecto da iniciativa aqui proposta é compreender os mecanismos mais cotidianos da infiltração imperialista na grande política.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Bernardo Kocher
    O Brasil no Terceiro Mundo. Análise da Política Externa Brasileira entre 1945 e 1964.
    O objetivo da exposição é a análise da política externa brasileira em relação a um ente social específico, o Terceiro Mundo. A organização política dos países da África, Ásia e América Latina criou instituições, ideários econômico e político, além de gestões diplomáticas executadas em comum por um grande número de nações dos três continentes. Este conjunto de ações – que deram a tessitura ao termo Terceiro Mundo - confrontou as normas de funcionamento da vida política e econômica internacionais definidas nos anos quarenta, ao final da 2a. Guerra Mundial. Naquele momento o processo de descolonização não havia sido deslanchado e foram construídas instituições internacionais que acabaram por terem seu funcionamento moldado pela bipolaridade nas relações internacionais.
    A comunicação se propõe avaliar a evolução das posições do Estado brasileiro em relação a esta dimensão do sistema internacional. O contexto da análise factual será a diplomacia brasileira em encontros, teses, instituições multilaterais, organizações inter- estatais, etc., desde a histórica Conferência de Bandung (1955) até o início do regime militar. Neste período a política externa brasileira convergiu de forma específica para a agenda terceiro-mudista.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Nathalia Henrich
    O Brasil, os Estados Unidos e o monroísmo segundo o Barão do Rio Branco
    O artigo se propõe a analisar as idéias do Barão do Rio Branco acerca das relações Brasil-Estados Unidos a partir de seu próprio texto, intitulado “O Brasil, os Estados Unidos e o monroísmo”. Publicado pela primeira vez em 12 de maio de 1906, no Jornal do Comércio, o artigo foi assinado com o pseudônimo J. Penn na seção “A pedidos” e republicado no volume de Estudos Históricos das Obras Completas do Barão do Rio Branco. Nele, o Barão trata de fazer um inventário do relacionamento entre os dois países e uma defesa da política de aproximação empreendida por ele mesmo, à frente do Ministério do Estrangeiro, e pelo Presidente Rodrigues Alves com Theodore Roosevelt, que encontrava resistências no país. Fazendo amplo uso da transcrição de documentos que corroboram sua posição pró-aproximação, o objetivo do texto é claro: convencer a opinião pública do acerto em fomentar a amizade com os Estados Unidos. Assim, torna-se uma fonte fundamental para entender as razões que animavam o movimento de deslocamento do eixo diplomático da Europa para os Estados Unidos, que foi uma das marcas da política externa de Rio Branco.
  • GISSELE VIANA CARVALHO
    Segurança Internacional e Direitos Humanos: Brasil e a Força de Paz da ONU no Haiti
    Esse trabalho tem como proposta analisar o debate em torno das controvérsias da condução das intervenções humanitárias ocorridas na década de 1990, incluindo o papel e responsabilidade das Nações Unidas e a natureza e limites da soberania dos países envolvidos. O caso da Missao das Nações Unidas para estabilizacao no Haiti - a MINUSTAH - é emblemático para tentar compreender como as forças de Paz da ONU, sob liderança do Brasil, desempenham um papel de gerenciador dos problemas internos ao mesmo tempo que é um intruso para a população local. Nesse contexto será colocado em pauta a função do Brasil nesse novo panorama de segurança internacional na América.


07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Taís Ristoff
    As transformações da economia capitalista mundial e o fim do desenvolvimentismo no Brasil
    O período entre as décadas de 1930 e 1970 ficou conhecido como a era de ouro do capitalismo mundial. No entanto, um conjunto de acontecimentos provocou uma ruptura no consenso que havia em torno do modelo de Estado baseado no intervencionismo estatal: o Estado de Bem-estar social nos Estados Unidos e em países europeus e o Estado desenvolvimentista nos países latino-americanos. Entre estes acontecimentos podemos citar: as revoluções/rebeliões políticas e sindicais européias; a derrota dos Estados Unidos no Vietnã e de Israel, parcial, na guerra do Yom Kippur e, conseqüentemente, a criação da OPEP; o choque do petróleo e o fim do padrão ouro (fim do sistema de Bretton Woods). Questionada a hegemonia norte-americana, os Estados Unidos buscaram, através de diversos mecanismos e instrumentos, reverter esta tendência de declínio lançando uma ofensiva neoliberal acoplado ao discurso da globalização. A intenção deste trabalho é fazer uma análise sobre essas mudanças no capitalismo mundial e o impacto sofrido pelo Brasil dentro desse contexto, buscando entender as relações inter-estatais e intra-estatais, a forma como o Brasil acabou aceitando uma mudança no seu modelo de Estado e porque acabou seguindo a tendência mundial com a implantação do projeto e ideologia neoliberal.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Thiago de Jesus Esteves
    Modelos de Desenvolvimento Latino-Americanos: Da CEPAL ao Consenso de Washington.
    Ao final da II Guerra Mundial, os países da América Latina tiveram a oportunidade de por fim ao modelo de dependência econômica até então vigente com a criação, em 1948, da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). Entretanto, o entusiasmo inicial chegou ao fim com os conflitos que marcaram as décadas de 60 e 70 do século XX e possibilitaram a vitória das forças conservadoras em diversos países. Em decorrência destes fatos, houve uma drástica mudança de rumos na política econômica dos países latino-americanos, que de um modelo desenvolvimentista passaram a adotar uma série de medidas de cunho neoliberal, preconizadas pelo “Consenso de Washington”. Por meio de um breve levantamento bibliográfico, busco neste texto caracterizar as bases históricas, institucionais, políticas e econômicas que desde a década de 50 procuram contribuir com a solução do problema do desenvolvimento econômico da América Latina e compreender os modelos de desenvolvimento econômico propostos pela CEPAL e pelo “Consenso de Washington” para a região.
  • Rachel Maria Barbosa Santos
    Revista América: uma busca pela identidade latino-americana
    O presente trabalho resulta do projeto intitulado: “América Latina: nações mestiças – um estudo das redes de intelectuais e artistas entre Brasil e Argentina (anos 30/40)” coordenado pela Profª. Drª. Eliane Garcindo de Sá, do Departamento de História da UERJ e decorre de reflexões sobre a questão nacional e identidades nacionais na América Latina enfocando e relacionando a questão da mestiçagem, que se apresentava como um elemento recorrente na intersecção entre os nacionalismos e uma perspectiva de uma identidade latino-americana. Para tanto, será analisado especificamente uma revista – América: Revista de Cultura e Divulgação – durante os anos de 1939 e 1942. Os objetivos centrais eram os de estreitar as relações e pensamentos latino-americanos. Ao longo da análise do periódico, foi possível perceber características intrínsecas ao seu meio – Bahia / Salvador – a vertente cristã, mesmo que não fosse sua intenção inicial, a relevância do negro na cultura nacional e a importância da família no cenário brasileiro. Além disso, podemos destacar desdobramentos realizados por esses intelectuais fazendo com que algumas questões ultrapassassem o caráter nacional, sendo percebidas como características próprias dos latino-americanos.
  • Daniel de Pinho Barreiros
    O Brasil em Bretton Woods: Pensamento e Ação da Delegação Brasileira na Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas
    O obejtivo deste trabalho será o de investigar pensamento e ação da delegação diplomática brasileira em Bretton Woods diante das principais questões debatidas durante a Conferência. O centro da pesquisa enfocará as opiniões e observações de Sousa Costa, ministro da fazenda do Estado Novo e chefe da missão diplomática brasileira. Confere-se uma ênfase especial às idéias e à participação de dois dos principais expoentes do pensamento econômico brasileiro no século XX: Eugênio Gudin e Octavio Gouvêa de Bulhões. Por fim, lançaremos mão do olhar do “jovem” Roberto Campos, secretário na missão diplomática, cujas idéias àquela altura destoavam claramente da orientação liberal e monetarista dos decanos Gudin e Bulhões.
  • Rafael Chaves Ferraz
    O Desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio: o contencioso Brasil x EUA do algodão
    O governo norte-americano concedeu grandes subsídios aos seus produtores de algodão, o que fez com que as exportações brasileiras apresentassem queda entre 1998 e 2000. Por conta disto, o Brasil entrou com o pedido de disputa no Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da Organização Mundial do Comércio, em 2002. Após os procedimentos necessários, o painel que avaliou a matéria deu ganho de causa ao Brasil em 2005. Os Estados Unidos não cumpriram, no prazo estipulado, as recomendações do OSC, e o Brasil solicitou a instalação de um painel de implementação. Este iniciou seus trabalhos em agosto de 2006, tendo concluído, em dezembro de 2007, que os Estados Unidos não cumpriram o determinado e desrespeitaram acordos basilares da instituição, recomendando a implementação imediata das recomendações anteriores, ainda válidas. O trabalho que ora propomos apresentar, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UFF, parte da hipótese de que este contencioso significa uma mudança nas negociações comerciais internacionais, com os países em desenvolvimento se organizando e reivindicando, com grande influência, a liberalização agrícola.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Filipe Almeida Mendonça
    Idéias e Instituições: Comércio leal e Comércio estratégico na formulação de política comercial norte-americana
    A história da política comercial norte-americana é caracterizada pelos atritos entre duas formas de lidar com o comércio: o nacionalismo e o internacionalismo econômico. Do pós-Segunda Guerra em diante, os Estados Unidos adotaram uma postura mais internacionalista para com o bloco ocidental. Contudo, de 1970 em diante, este país entrou em um ciclo de recessão econômica, fato que comumente era relacionado com o enorme déficit no balanço de pagamentos. Na década de 1980 a crise continuara em níveis ainda mais acentuados. Conseqüentemente, houve um acirramento das críticas às políticas comerciais de cunho liberal adotadas até então, agregando força às demandas protecionistas.

    Com a implementação da Omnibus Trade and Competitive Act em 1988 a “passividade norte-americana” cedeu lugar à necessidade de abertura de novos mercados por meio de medidas unilaterais (fair trade) e à necessidade de proteger setores considerados estratégicos (strategic trade) com a “Defense Authorization Act”.

    A partir dessa base, buscaremos analisar como a condição material influencia na formulação e materialização institucional das idéias de comércio justo e comércio estratégico na política comercial norte-americana.


07/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Fernanda Jasmin Guimarães
    O Instituto Camões e a Política Externa Cultural Portuguesa
    Toda Política Externa deve, necessariamente, estar vinculada aos interesses - em um sentido bem amplo - do Estado que a implementa. Nesta perspectiva, a cultura é uma questão que não pode ser negligenciada pelos formuladores dessa política, tal questão não deixa de ser utilizada pelo Estado como instrumento de busca de influência e prestígio nacional. O que está sendo propondo para esse trabalho é analisar o debate das relações internacionais culturais na última década do século XX, constituiu um tema de fundamental relevância para justificar a ação portuguesa através de sua política cultural externa. Inserido numa dinâmica de economia e políticas globalizadas, Portugal articulou a política cultural como instrumento de sua política externa para o reforço de sua imagem na Europa e no mundo. Este veículo singular, o Instituto Camões, foi criado para a defesa da divulgação da língua e da cultura portuguesas.


    DownloadDownload do Trabalho
  • Emerson Maione de Souza
    ANÁLISE HISTÓRICA DA ESCOLA INGLESA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

    O artigo pretente analisar o desenvolvimento histórico da chamada Escola Inglesa de Relações Internacionais do seu início no fim dos anos 1950 e início dos anos 1960, até seus mais recentes desenvolvimentos teóricos e empíricos. Para tanto, o trabalho está dividido em três partes. Na primeira parte, abordaremos seu início focando no desenvolvimento do principal conceito da Escola, o conceito de sociedade internacional. Posteriormente, analisaremos como esse conceito foi trabalhado pelos autores de uma segunda geração da Escola. Por fim, analisaremos as principais mudanças pela qual ela vem passando desde o fim da Guerra Fria.

  • Renato Petrocchi
    O predomínio das guerras civis sobre as guerras internacionais na história dos últimos sessenta anos.
    O presente estudo trata do predomínio quase absoluto e, talvez sem precedentes históricos, verificado na última década, das guerras civis sobre as guerras internacionais, como se os conflitos estivessem residindo, de modo crescente, apenas no interior dos Estados e não na esfera internacional propriamente dita, ou, no âmbito dos Estados entre si. O resultado mais contundente, talvez, desta nova realidade é que o tradicional e indissociável princípio teórico das relações internacionais, aquele que pressupõe este campo como condenado eternamente a uma vida anárquica, pode ser muito questionado. Se as guerras de hoje estouram no interior dos Estados, isto significa, que tal refúgio de ordem, indicado justamente para escapar ao permanente estado anárquico se revela cada vez menos robusto, sem falar que entre os Estados, que deveriam viver em condições de continua anarquia, não se verificam mais os mesmos conflitos que desde Thomas Hobbes nos habituamos a pensar.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Dhiego de Moura Mapa
    “Diplomacia e cultura : análise das relações diplomáticas Brasil-Itália entre 1947-1949”
    O presente trabalho demonstra os resultados de uma pesquisa em andamento, no âmbito do Programa de Iniciação Científica, sobre a diplomacia cultural brasileira. Nossa contribuição se limita ao estudo das relações culturais Brasil-Itália, entre 1947 e 1949, momento marcado pela aproximação entre esses dois países cujo afastamento foi determinado pelos rumos da Segunda Guerra Mundial. A pesquisa foi realizada no acervo do Arquivo Histórico do Itamaraty, no Rio de Janeiro.
    Partimos da premissa de que a influência cultural estrangeira no Brasil é antes uma estratégia para atender aos objetivos de modernização e inserção do país na cena internacional. No caso das relações ítalo-brasileiras, nota-se que se davam sob quatro orientações: a imigração italiana, a questão da devolução dos bens italianos retidos no Brasil durante a guerra, as trocas econômicas e as relações culturais. Esta última se dava sob o signo da “cooperação intelectual”: exposições artísticas e literárias, criação de bolsas de estudo para pesquisadores universitários, remessa de publicações, organização de eventos científicos etc. O que se percebe é a existência de uma política cultural de aproximação diplomática, a fim de facilitar o intercâmbio entre os dois países, servindo de instrumento de divulgação nacional.

  • Raquel Paz dos Santos
    Relações Brasil-Argentina: a cooperação cultural como um novo elemento de reflexão historiográfica (1930-1954)
    Em minha pesquisa procuro desenvolver uma nova perspectiva das relações Brasil-Argentina a partir da análise das relações culturais entre os anos de 1930-1954. A peculiaridade deste estudo é que contesta, indiscutivelmente, o paradigma da rivalidade e se refere à participação de diferentes grupos sociais nas diversas formas de intercâmbio cultural. No decorrer do período aludido, vários grupos da sociedade civil –intelectuais, artistas, empresários, estudantes, professores, trabalhadores, etc. –, participaram da elaboração, do financiamento e da execução de inúmeros projetos de cooperação cultural com o país vizinho. O “outro” país, praticamente “desconhecido”, foi redescoberto através de missões intelectuais e artísticas, exposições de arte e de literatura, da tradução de livros de escritores argentinos e brasileiros para o português e o espanhol, das caravanas de estudantes e de professores, da criação de escolas argentinas e brasileiras a fim de incentivar o sentimento de solidariedade bilateral e continental, mostras de livros e de turismo, intercâmbio sindical, entre outros. Nesse momento, percebeu-se que a cooperação seria fundamental para o desenvolvimento e o progresso da Argentina e do Brasil. Portanto, trazia grandes benefícios para ambas sociedades.


    DownloadDownload do Trabalho
Voltar
Realização:
  Apoio:
Centro de memória - UFRRJ
Dype Soluções