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Simpósios Temáticos


Política Cultural e Patrimônio

Coordenadores:
Lia Calabre
Sonia Maria de Almeida Ignatiuk Wanderley

Resumo:
Os estudos de políticas culturais e do patrimônio vivenciam um processo de significativo crescimento desde o início da década de 1980. Segundo Nestor Canclini, trabalhos recentes tendem a incluir sob o conceito de política cultural o conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, pelas instituições civis e grupos comunitários organizados que tem como finalidade orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da população e obter consenso para um tipo de ordem ou transformação social. Ou seja, dentro da problemática das políticas culturais podem ser apresentados estudos de políticas públicas nas mais diversas áreas da produção cultural, tais como os meios de comunicação de massa, gestão pública, teatro, cinema, entre outras. Integram ainda tal campo, pesquisas sobre intelectuais e políticos voltados para este tipo de ação, sobre produtores culturais e artistas.
No tocante ao patrimônio material e imaterial, além das próprias políticas implementadas na área, podem ser apresentados estudos que abordem temas como manutenção e preservação das mais diversas formas de patrimônio, abrangendo questões como direitos, memória e formas de uso dos bens culturais.
Os estudos de patrimônio e de política cultural vêm sendo desenvolvidos de maneira transdisciplinar. O principal objetivo do Simpósio Temático ora proposto é o de congregar pesquisadores que investiguem os temas nas suas variadas possibilidades de estudo.

Programação:

04/08 - Segunda-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Luis Mario de Brito Junior
    Cultura e Desenvolvimento Sustentável
    Nossa pesquisa trata de tentar identificar qual o papel conferido à cultura por alguns dos idealizadores do conceito de Desenvolvimento Sustentável e quais suas implicações para a formulação de políticas culturais no Brasil. Sua relevância, deve-se à crescente importância atribuída recentemente por agentes públicos e privados no Brasil, ao papel da cultura na implementação de um modelo de Desenvolvimento Sustentável.
    Partimos da constatação nos dias atuais de uma crise entre o homem e seu ambiente, crise que não é muito difícil de ser evidenciada se levarmos em conta o crescimento econômico e a transformação tecnológica sem precedentes vis-à-vis a dramática condição social em que vive grande parte da população mundial. Portanto, a crise nos impõe repensarmos nossas usuais representações da natureza , o saber tecno-científico, as organizações sociais e a possível constituição de novos sujeitos. Tentaremos tratar de alguns dos paradigmas da civilização ocidental moderna e por fim apontar quais foram nossas percepções a respeito do papel que foi estabelecido, ou que se poderia estabelecer, à cultura dentro de um modelo sustentável, que se propõe a atender nossas necessidades sem comprometer as das gerações futuras.


  • Lia Calabre
    Políticas culturais no governo militar: O Conselho Federal de Cultura
    No Brasil existem dois momentos nos quais se pode destacar a existênca de políticas públicas de cultura: o governo Vargas e a ditadura militar. Criado em 1966, o Conselho Federal de Cultura-CFC foi o principal órgão de atuação governamental até meados da década de 1970. Esta comunicação pretende analisar algumas das ações implementadas pelo CFC no período em questão.
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  • Sonia Maria de Almeida Ignatiuk Wanderley
    Eu vi o Brasil na tevê: Estado e televisão nos anos 1950/60
    A relação entre Estado e cultura no Brasil já foi objeto de diversas análises acadêmicas no campo da crítica literária, da sociologia e mesmo da história. O cerne do debate, normalmente, é a definição de cultura brasileira e de identidade nacional. Resgatando o espírito dessa literatura, o presente trabalho pretende analisar como o aparecimento da televisão no Brasil, na década de 1950, introduziu, necessariamente, uma nova variável no debate.
    Nessa discussão serão consideradas as seguintes questões: foi criado um modelo de gestão cultural estatal para o veículo no período ou tudo não passou de tentativas isoladas dos diversos generais-presidentes? Qual a relação entre as diretrizes culturais dispostas e a doutrina da Escola Superior de Guerra (ESG)? Como a política cultural oficial desenvolvida refletiu conceitos já consolidados no imaginário social brasileiro? De que forma essa política representou uma intervenção consciente do Estado no intuito de reorganizar a sociedade em torno de determinados valores e expectativas compatíveis com o ideário da ditadura civil-militar? Como a televisão, foi constituída e constituidora de culturas políticas no período analisado?

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  • Tatyana de Amaral Maia
    Os calendários culturais como lugar de memória: a função cívica do setor cultural na ditadura civil-militar
    O Conselho Federal de Cultura, entre 1966 e 1975, funcionou como uma estratégia de inserção dos grupos intelectuais diretamente ligados às tradicionais instituições de cultura no país. Incorporando os debates da historiografia brasileira sobre a ação dos intelectuais no Estado e analisando essa ação a partir das inter-relações entre o campo político e o intelectual, buscamos apresentar as práticas políticas e simbólicas, como a criação dos calendários culturais, para caracterizar as redes nas quais esses homens estavam inseridos e delimitar suas linhas de atuação. Os calendários culturais funcionavam como um lugar de memória, ao selecionarem os acontecimentos históricos, eventos e personagens considerados representativos da nacionalidade. Os calendários avaliados nesta pesquisa foram referentes aos anos 1969 e 1970 e eram considerados pelos conselheiros essenciais na construção de um “estado de consciência cívica dignificadora”. Tais lugares de memória guardavam os registros do passado, expressão cívica da grandeza nacional. Para o Conselho, a valorização do passado, caracterizada pela defesa do patrimônio e pela comemoração das efemérides, teria a função prioritária de fornecer os elementos de “sustentação da ideologia política” necessários a todos os Estados independentes.
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  • Euclides Mauricio Siqueira de Souza
    Sustentabilidade das políticas culturais: identidades e sujeitos
    Trata-se de pesquisa na área de cultura e desenvolvimento. O seu quadro teórico é configurado a partir de formulações de Alain Touraine, Antonio Negri e Giuseppe Cocco. A relação entre cultura e desenvolvimento sustentável é abordada com ênfase na crise de civilização contemporânea e nas vias de sua superação a partir de paradigmas culturais. A constituição de sujeitos "culturais" e sua articulação com as identidades nesse contexto são dirigidas para a identificação de formas de consciência social que possam contribuir para a definição dos rumos dos acontecimentos na perspectiva de um desenvolvimento sustentável no Brasil.
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05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Iracema Andrade de Alencar
    A construção de identidades nos espaços de fronteiras
    O presente trabalho tem o objetivo de fazer um estudo da construção de identidade, conceito esse que para nós é fluido e se estabelece a partir das relações, dos contatos e não estritamente das organizações institucionais. Tais contatos se formam nas regiões de fronteiras em que os limites não imobilizam, mas estimulam os agentes sociais que atuam em múltiplos pertencimentos. Baseado nas obras do antropólogo norueguês Fredrik Barth, entendemos que o processo identitário possui uma dimensão relacional impulsionada através dos fluxos e das circularidades de idéias. Dessa forma, pretendemos nessa comunicação discutir a aplicação dos referenciais teóricos propostos por esse autor para o estudo do patrimônio cultural no Brasil.
  • Fabio Costa Peixoto
    Identidade local do bairro de Santa Teresa: uma análise de uma “comunidade” na metrópole carioca
    O objetivo deste artigo é discutir a identidade local de um bairro como Santa Teresa com suas características peculiares que marcam o local e oferecem um contexto extremamente valoroso á ser analisado. Esta identidade local é representante de uma comunidade na definição de Bauman que configura no bairro, um conjunto de relações societárias singulares, pois elas se constroem á partir de um patrimônio histórico, cultural e arquitetônico que colabora imensamente no processo de solidificação da identidade local. Associada á ela, encontra-se um sentimento de pertencimento presente no bairro que é resultado de uma história em comum, construída ao longo de três séculos de história. Como referencial teórico foi empregado os conceitos de Antônio Firmino da Costa, Zygmunt Bauman e Henri Lefebvre que auxiliam na compreensão deste processo e que podem indica para uma agência transformadora no âmbito da cidade do Rio de Janeiro. Como principal resultado, é possível indicar para uma identidade local que reforce a dimensão local frente á processos mais abrangentes como a globalização, por exemplo.
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  • Denis Nascimento Vilela
    Mirações daimistas: as representações imagéticas da comunidade de Cachoeira Grande-RJ
    Este trabalho tem como objetivo analisar uma comunidade daimista estabelecida na região de Cachoeira Grande, APA de Petrópolis, Magé – RJ, refletindo sobre a relação entre o uso de plantas psicoativas e o campo da memória social. Um dos objetivos da pesquisa é realizar um paralelo entre a memória coletiva e as “visões coletivas” produzidas pelo daime, analisando a construção social das imagens. Desse modo, procuramos estudar as “mirações” (visões provocadas pelo daime) enquanto narrativas visuais, como parte de uma representação imagética do grupo. Como referencial teórico utilizamos os conceitos de Maurice Halbwachs sobre “memória coletiva”, e relacionando algumas de suas idéias com o caso estudado, refletindo sobre os significados de uma memória partilhada por um grupo social relativamente homogêneo. Neste estudo, supõe-se que há uma forte relação entre a formação de uma consciência ecológica e a construção de uma identidade social para o grupo focalizado. O aspecto identitário do grupo nos permite perceber a construção de uma memória coletiva para o grupo, uma espécie de consciência coletiva que vem se formando ao longo do tempo, e que pode ser observado através de narrativas, relatos e rituais, nos quais esta memória se expressa.
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05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Leila Bianchi Aguiar
    As cidades históricas como espaço de consumo para o turismo: patrimônio e turismo no Brasil (1966-1988)
    A expansão do turismo para os sítios urbanos preservados esteve diretamente ligada a um processo de mercantilização da cultura e, conseqüentemente, dos sítios urbanos preservados que, ao serem incorporados "ao processo de lazer e ócio", transformaram-se, no Brasil, principalmente a partir da década de 1960, em importantes atrativos turísticos. Para analisarmos as relações entre patrimônio cultural e turismo nos sítios urbanos brasileiros, buscamos compreender as formas através das quais a preservação de bens imóveis e conjuntos urbanos foi apresentada nos sucessivos acordos e legislações os quais tiveram como objetivo regulamentar e incentivar a atividade turística, ao mesmo tempo em que investigamos as referências ao seu desenvolvimento nos encontros, legislações e documentos produzidos pelas agências de preservação. Para a realização dessa tarefa, privilegiamos a investigação das agências federais de preservação e turismo, atentando, sobretudo, para as influências internacionais recebidas em um novo contexto econômico, entre as décadas de 1960 e 1980, com novos desafios à salvaguarda dos sítios urbanos a partir do crescimento do turismo nesses espaços.
  • Marcelo Chaves Lameirão, Paulo Vinícius Aprígio da Silva
    História, memória e patrimônio: paradigmas da contemporaneidade
    O objetivo central deste trabalho é desenvolver uma reflexão sobre os conceitos de Modernidade, Memória e Patrimônio tendo como foco principal o ofício do historiador na contemporaneidade. As cartas de políticas patrimoniais serão o ponto de partida para a reflexão sobre a proposta problemática; a patrimonialização, assim como a monumentalização, se transformam em lócus de guarda de falas sobre a memória, assim como a eleição de discursos sobre a história. O interesse pela elaboração de novos monumentos (para se direcionarem ao futuro como uma mensagem, absolvidos por um valor simbólico), apropriação de monumentos não-intencionais (valores simbólicos atribuídos posteriormente) no presente e suas políticas de conservação são importantíssimas para a discussão da memória na modernidade e conseqüentemente no repensar do ofício do historiador, em uma época marcada pelo exaustivo “consumo” do passado - é um repensar do poder invisível das políticas sobre memória; e claro sobre história.
  • William de Souza Vieira
    O patrimônio como imagem e reflexo da cidade
    O presente trabalho é fruto da pesquisa realizada atualmente no curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UNIRIO sobre a memória e o processo de tombamento do Cine Palácio Campo Grande, localizado na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro. Apresentamos uma reflexão sobre o patrimônio cultural, neste caso o tombamento do Cine Palácio Campo Grande, um cinema de rua construído na década de 1960, patrimonializado por um decreto municipal, mostrando a interferência do poder público e o desejo da coletividade. Atualmente no prédio funciona uma Igreja Universal do Reino de Deus. Para Jeudy (2005), o patrimônio reflexivo carrega uma representação da sociedade em que está inserido, ou seja, os monumentos são reflexos inteligíveis da história, da cultura de uma sociedade. O significado da patrimonialização será tratado a partir das contribuições desse autor, seja para problematizamos questões acerca do reflexo da imagem que este patrimônio pode espelhar sobre a cidade, seja para discutir as interferências dos centros urbanos em questões patrimoniais. Utilizaremos contribuições de Ribeiro (2005), no que diz respeito à relação entre a modernidade, cidade e cinema e de Caiafa (2007) em relação às diversas formas de ocupação e esvaziamento das cidades.
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  • LUCIANA DE ALMEIDA SILVEIRA
    Educação & Cidade: o papel da escola na preservação do patrimônio cultural
    O processo desordenado de urbanização das cidades brasileiras concorre cada vez mais para uma maior agressão ao meio ambiente, à qualidade de vida e, conseqüentemente, ao patrimônio cultural, contribuindo para descaracterizar o espaço urbano e acirrar uma profunda crise de identidade urbana. A falta de (in)formação dos sujeitos quanto ao valor dos bens culturais e da própria história local ameaçam à preservação do patrimônio cultural. Consideramos então que a Educação Patrimonial é fundamental no processo de preservação sustentável dos bens culturais e acreditamos no seu potencial como instrumento de fortalecimento da identidade cultural e do sentido de pertencimento da comunidade bem como de preservação da memória e da história local visando o pleno exercício da cidadania. Partindo de uma breve trajetória histórica da questão patrimonial e suas repercussões na área da educação no Brasil, buscamos compreender a relação entre escola e comunidade no tocante ao conhecimento e à valorização do patrimônio cultural através de um estudo entre duas escolas públicas no Bairro de São Cristóvão, sendo uma delas objeto do Programa Educação Urbana nas Escolas Municipais do Rio de Janeiro. Enfim, resgatar o passado, aponta para novas formas de explicação do presente e projeta o futuro!
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06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Caroline Gonzalez Vivas
    Arte kusiwa: a inserção do patrimônio indígena no cenário nacional
    O artigo aborda a questão do patrimônio indígena, e da cultura indígena em geral, como parte integrante da cultura brasileira, através do registro da arte kusiwa como patrimônio imaterial do Brasil, em dezembro de 2002. Desde a criação dos chamados patrimônios nacionais, estiveram presentes nesse cenário aspectos, monumentos e conjuntos arquitetônicos e culturais que representavam uma parcela da sociedade brasileira: a cultura européia e, em menor escala, a cultura africana. Em outras palavras, no ponto de vista do patrimônio, a cultura indígena não estava inserida neste contexto, apesar das políticas de preservação de aldeias e proteção aos indígenas, da criação da Funai e da demarcação de territórios indígenas. Somente em 2002, com a institucionalização dos chamados patrimônios imateriais brasileiros, um aspecto da cultura indígena foi legitimado como brasileiro, a arte kusiwa, pintura corporal e arte gráfica da comunidade Wajãpi, do norte do Amapá. Enfim, o trabalho analisa o processo de registro da arte kusiwa, bem como sua importância para a legitimação das culturas indígenas e para a inserção dos povos indígenas como também proprietários de uma identidade nacional brasileira.
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  • Renata de Almeida Oliveira
    O registro áudio-visual dos rituais e da musicalidade: uma nova perspectiva de preservação do patrimônio cultural e da história do grupo guarani MBYÁ
    A finalidade deste trabalho é coletar informações sobre o patrimônio cultural indígena no Estado do Rio de Janeiro,focando os rituais religiosos e a musicalidade do grupo Guarani MBYÁ, o qual estimula as crianças desde cedo a fazerem parte dos rituais. Cada aldeia possui um coral infantil que está sendo registrado áudio-visualmente e por meio de fotografias. A discussão sobre a musicalidade do Coral infantil neste grupo é importante, já que a música dos indígenas quase não deixa vestígios na nossa e não se pode deixar de falar em história da música brasileira sem fazer referências a elas. O primeiro relato da existência da musicalidade indígena está presente na carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel: "E olhando-nos, assentaram-se. E, depois de acabada a missa,assentados nós à pregação,levantaram-se muitos deles,tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e a dançar um pedaço". Essa história é fundamental para que possamos compreender melhor os rituais religiosos deste grupo, destacando as transformações e os vestígios culturais. Sendo assim, este projeto propõe uma reflexão sobre o tema tangível no intangível, ou seja, a presença do patrimônio material nos rituais indígenas – patrimônio imaterial – e considerados um importante patrimônio cultural desses indivíduos.
  • Aline Beatriz Souza Melo
    Os objetos e instrumentos guarani mbyá como patrimônio cultural nas tradições indígenas
    Podemos dizer que, do ponto de vista europeu, a história do Brasil é recente. Porém, essa visão não leva em consideração os povos nativos que viviam no Brasil antes da chegada dos portugueses.
    Tendo em vista o debate sobre memória e patrimônio este trabalho, ligado ao grupo de pesquisa “Coleções e Retratos do Brasil” liderado pela coordenadora da pesquisa, prof. Dra. Regina Abreu da UniRio, promove a discussão sobre a cultura indígena no Brasil. Nesse sentido, o estudo sobre o patrimônio tangível no intangível tem como foco os objetos e instrumentos musicais inseridos nos rituais religiosos guarani mbyá. Outro aspecto sobre a cultura indígena abordado neste trabalho é a questão do gênero. Assim como o registro e sistematização dos objetos e instrumentos indígenas, este estudo também aborda as diferenças de gênero no contexto dos rituais religiosos. Dessa forma, este trabalho poderá constituir uma rica fonte escrita servindo de base para a divulgação e novos estudos sobre os índios brasileiros.

  • Maria Acselrad
    Registro do Patrimônio Vivo: limites e possibilidades da apropriação do conceito de cultura popular na gestão pública
    Um dos instrumentos mais relevantes das políticas públicas desenvolvidas atualmente no Brasil tem sido as patrimonializações de bens culturais imateriais. Em Pernambuco, o Registro do Patrimônio Vivo é uma lei que vigora, desde 2004, com o objetivo de valorizar, difundir e garantir a perpetuação de saberes e fazeres que se constituem como bens imateriais. Consiste em premiar, anualmente, três pessoas ou grupos que detenham as técnicas necessárias para transmissão do conhecimento tradicional e popular que esteja sob risco de desaparecimento ou extinção. O compromisso do Estado em oferecer uma bolsa mensal vitalícia aos premiados tem como contrapartida a garantia de que o candidato participará de programas fomentados pelo próprio governo, que venham a difundir seus saberes e fazeres. O processo de transmissão do conhecimento é privilegiado como forma de garantir a perpetuação dos mesmos, no entanto, critérios como carência social e idade do candidato, são balizadores do processo de análise das candidaturas. Uma reflexão sobre os objetivos e aplicação desta Lei, pretende levantar um questionamento sobre os conceitos de tradição e cultura popular que permeiam este processo, revelando os limites e as possibilidades desta apropriação no espaço da gestão pública da cultura popular.
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  • LEILA MARTINS RAMOS
    “Comunidade dos Arturos: memória, patrimônio cultural e identidade”
    O objetivo deste trabalho parte do princípio de que a análise sobre qualquer aspecto cultural das sociedades modernas, onde tudo se movimenta em direção internacionalizada e em altíssima velocidade, não pode deixar de considerar a negociação estabelecida entre seus bens culturais.
    Tal proposta insere-se neste contexto com o objetivo de avaliar os aspectos culturais da Comunidade dos Arturos – comunidade quilombola situada na região metropolitana de Belo Horizonte - enquanto importante elemento do patrimônio cultural imaterial do país. Mas vai além, objetivando reconhecer o patrimônio cultural da Comunidade como algo construído com base em diferentes e articulações. Será importante também analisar como essa relação se deu a ponto de permitir o resultado encontrado hoje em torno da “Identidade Artura”.
    Como foi possível para os membros da Comunidade trabalhar no sentido de manter suas tradições e valores em meio a um mundo dinâmico e internacionalizado, onde as fronteiras culturais estão cada vez mais sutis? Para tanto, avaliar a relação estabelecida entre os elementos tradicionais característicos da Comunidade dos Arturos e os elementos sempre trazidos a tona pela sociedade contemporânea, será de fundamental importância.

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06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Juliana Ferreira Sorgine
    A campanha em benefício da preservação dos imóveis de Ouro Preto e o inventário de 1949: uma análise da gestão do patrimônio cultural brasileiro
    A transição da década de 1940 para a de 1950, no que se refere à gestão federal do conjunto arquitetônico tombado de Ouro Preto, MG, destacou-se por um conjunto de ações empreendidas pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a DPHAN (hoje IPHAN).Em um curto período inserido na duradoura administração do jurista Rodrigo Melo Franco de Andrade à frente da instituição foram realizados: uma campanha de angariação de fundos particulares em benefício do casario da cidade, liderada pelo próprio diretor-geral e sua esposa; um inventário arquitetônico da totalidade dos imóveis que compunham o centro histórico, sob a orientação dos arquitetos Sylvio de Vasconcellos e Paulo Barreto e, por fim, uma série de intervenções para a recuperação de exemplares selecionados do referido conjunto arquitetônico, custeada com o montante arrecadado na campanha.Sobretudo, foi um momento em que membros das elites intelectuais, artísticas, econômicas e políticas do país foram chamados a colaborar com a preservação e valorização do dito patrimônio nacional brasileiro.A tentativa de compreensão dessas práticas ao seu tempo, dá-se a partir de interrogações hodiernas acerca da atuação da agência nacional de preservação do patrimônio cultural, na tentativa de melhor entender seus dilemas hoje.
  • RAUL AMARO DE OLIVEIRA LANARI
    A política Editorial do Serviço do Patrimônio Histórico Nacional no Estado Novo e a consolidação de uma prática patrimonial no Brasil
    O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão criado em 1937 e integrante da estrutura do Ministério da Educação e Saúde, desenvolveu, em seus primeiros anos de atividade, uma série de práticas, conceitos e procedimentos que se consolidaram no que toca à política de proteção aos monumentos e sítios históricos no Brasil. Dirigido por Rodrigo Mello Franco de Andrade, o órgão contou com um quadro reduzido de profissionais e, a despeito das dificuldades encontradas para realizar suas atividades, conseguiu consolidar, dentre outras coisas, o instrumento do tombamento e uma política editorial ativa.
    Esta política editorial, foco do presente estudo, apresentou, no período analisado, uma multiplicidade de autores, vindos de diferentes áreas e instituições de pesquisa, que procuraram, em suas análises, afirmar diferentes visões sobre o que contituiria o patrimônio histórico e artístico nacional.
    O presente trabalho, instalado na tênue fronteira entre uma história dos livros e das edições, uma história dos intelectuais e uma história das instituições de memoria no Brasil, pretende analisar a dinâmica interna desta rede de instituições e pessoas,que contribuiu para esta que pode ser considerada a primeira coleção a versar sobre os valores de arte e história do Brasil.

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  • Luciano dos Santos Teixeira
    O Patrimônio Jesuítico na Moderna Historiografia Brasileira
    Propõe-se analisar o modo pelo qual os "clássicos" da Historiografia Brasileira dos anos 30 e 40 (Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr.), encararam o papel dos jesuítas na formação da nacionalidade brasileira. Particularmente, Gilberto Freyre teve uma atuação muito próxima do grupo que constituiu o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Rodrigo de Melo Franco de Andrade, Lucio Costa), chegando a publicar alguns estudos na Revista do SPHAN. Os demais autores, porém, também promoveram intensas discussões sobre os diversos aspectos de nossa formação histórica, dialogando criticamente com uma tradição que via na ação jesuítica - particularmente no processo de catequização dos indígenas - um elemento definidor da fundação da nação brasileira. Recuperar as distintas visões desses autores nos auxiliará a identificar criticamente os pressupostos de uma visão histórica que contribuiu fortemente para a formulação das políticas de preservação do patrimônio cultural, durante o período de implantação do SPHAN. E que tem sido cada vez mais objeto de questionamentos incisivos nas últimas décadas.
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07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Janaína Ribeiro Pinto da Silva
    Atlântida: Uma Comunidade Luso-Brasileira em Construção.
    “... Portugal, que soube conquistar para si um dos grandes capítulos da história universal, é fonte legítima de uma civilização de uma tradição e, que o Brasil tem que colocar sempre, acima da sua “americanidade” e até de sua “latinidade” a sua emancipada e altiva “lusitanidade”, para poder manter entre os outros povos da América verdadeira autonomia, não só territorial, mas moral e histórica” (Atlântida. Lisboa, v. 3, janeiro de 1916, p.200).

    Entre os anos de 1915 a 1921, a revista Atlântida – Mensário Artístico, Literário e Social para Portugal e Brazil, foi o principal veículo de divulgação de um projeto político-cultural, formulado por intelectuais das duas nacionalidades, que defendia a formação de uma comunidade luso-brasileira. A publicação era dirigida a quatro mãos: em Lisboa, por João de Barros, e no Rio de Janeiro por Paulo Barreto, o popular João do Rio. Buscava reascender e enaltecer o sentimento de luso-brasilidade, não só através da literatura, mas também por meio de propostas práticas, voltadas para cooperação econômica e política entre os dois países.





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  • Helena Vieira Leitão de Souza
    Da História para a Memória: a Transformação do Recolhimento de Santa Tereza no Museu de Arqueologia de Itaipu
    Essa comunicação tem como objetivo apresentar algumas considerações acerca da utilização de um lugar de Memória e História – o Recolhimento de Santa Tereza, em Niterói, datado de 1764 e utilizado como lugar de confinamento de mulheres durante a época do Brasil colonial – para a criação de um museu regional (o Museu de Arqueologia de Itaipu – MAI, criado em 1977 e de responsabilidade técnico-administrativa da 6ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), voltado para a comunidade local, demonstrando como são tratadas as questões de identidade, memória e representação na construção de um espaço que é um sítio arqueológico, museu e local de História.
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  • Thais Pimentel Cabral
    Revista Atlântica e as Relações Luso-Brasileiras
    “Na verdade, é necessário erguer, sobre o vasto Atlântico, um continente moral que nos ligue de vez ...- A Atlântida da lenda...”
    (Caminho da Atlântida: Uma Campanha Luso-Brasileira p. X e XI da introdução.)

    No início do século XX, houve um processo de aproximação entre Brasil e Portugal, empreendido por intelectuais e diplomatas das duas nações, que visava à formação de uma comunidade luso-brasileira. A dimensão desse projeto de estreitamento das relações luso brasileiras culmina na criação da Revista Atlântida. Mensário Artístico, Literário e Social para Portugal e Brazil. A fundação e a direção da revista eram compartilhadas binacionalmente por dois letrados ilustres, João de Barros e João do Rio, de 1915 a1921.
    A pesquisa visa analisar a criação da Atlântica no contexto político e cultural das relações entre Brasil e Portugal, sobretudo nas primeiras décadas do século XX. Busca também avaliar a proposta da Atlântida em relação à criação de uma comunidade luso-brasileira relacionando seus fundadores, colaboradores, vinculações institucionais, autores e textos publicados.




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  • Patrícia Regina Corrêa Barreto
    Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional: uma oficina de homens
    a sociedade auxiliadora, longe de ser uma associação de classe, foi uma das mais duradouras instituições promotoras do debate científico, social, político e econômico do império. na medida em que congregava uma parcela expressiva da elite brasileira e se empenhava na promoção de iniciativas e na formulação de políticas públicas voltadas para a modernização econômica do país.
    como órgão consultivo do estado, a associação reuniu notabilidades da intelectualidade brasileira que tinham como objetivo desenvolver e/ou adquirir projetos, máquinas, modelos e inventos que pudessem contribuir para o aumento da produtividade e a prosperidade nacional. Homens que tiveram a iniciativa de reunir e manter as condições propícias para a produção, a difusão, o ensino, a divulgação, a organização, o fomento, o consumo e a prática da ciência no Brasil.


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07/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Francisca Maria Neta
    Identidade Cultural e Desenvolvimento Local no Município de Palmeira dos Índios/Al
    O objetivo central desse trabalho centra-se na análise da identidade cultural do Município de Palmeira dos Índios/AL, através na identidade cultural como expressão de desenvolvimento. Nesse contexto, compreender como as políticas públicas desenvolvem ações culturais que possibilitem o desenvolvimento local e regional. Não obstante, a discussão que envolve a temática do patrimônio cultural, consiste na perspectiva de entender a diversidade cultural não como uma reflexão do passado, mas, sobretudo, problematizar o presente. A valorização pelo local tem respondido, de certa maneira, as inquietações globais, mostrando que é preciso voltar-se para as peculiaridades contidas no local. A investigação parte de pesquisa em museus, biblioteca pública, jornais e arquivos existentes no município, assim como, na observação direta do cotidiano para o mapeamento do patrimônio cultural na obtenção de compreender a significação da identidade social.
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  • Hernán Venegas Marcelo
    Historiando o patrimônio e o turismo no Brasil: a cidade de Parati em meados do século XX.
    Hoje em dia e, já há algumas décadas, não existem dúvidas de que a noção de patrimônio cultural possui um entendimento mais abrangente do que a monumentofilia que o caracterizou. Imerso num complexo processo de re-definição o patrimônio superou suas dimensões móveis e imóveis para abranger outras manifestações da cultura imaterial para além daquelas legitimadas pelo discurso do Estado-Nação. Essa evolução semântica é acompanhada de uma nova sensibilidade face aos bens culturais potencialmente patrimonializáveis e, também, pelos interesses da economia do turismo que vê no patrimônio um cenário ideal para suas práticas. A aproximação desta relação entre patrimônio cultural e turismo constitui o objeto desta comunicação. O estudo de caso recai sobre a cidade de Parati, centro de interesses do IPHAN, da UNESCO, e da EMBRATUR.
    Palavras-chave: patrimônio, turismo, Parati.

  • Renato da Gama-Rosa Costa
    Patrimônio Cultural da Saúde: uma história possível?
    Este trabalho pretende refletir sobre as relações entre história, memória e patrimônio – conceitos aparentemente distantes, mas interligados. Ao trabalharmos com a noção de Patrimônio Cultural da Saúde, procuramos definir um conceito abrangente e que permite acompanhar as transformações pelas quais passou a saúde ao longo do tempo. A “Saúde” não é um dado, mas uma construção histórico-social cujas definições, significados culturais e arranjos políticos são variáveis no tempo. Essa diversidade é o que se pretende discutir neste trabalho, onde é imprescindível promover os meios para a expressão cultural, o registro, a preservação, a difusão e atualização permanente dessa experiência histórica comum. Ela deve ser valorizada como componente fundamental nos processos de formação dos trabalhadores da saúde, da humanização dos serviços, de gestão coletiva e de controle social. Nosso objetivo, enfim é discutir, de forma interdisciplinar, a importância do patrimônio cultural da saúde para a história da saúde e das ciências biomédicas no Brasil, que agrega à identificação e análise de seus acervos arquivísticos, bibliográficos, museológicos, iconográfico, sonoro e o patrimônio arquitetônico, ao tempo em que abre novas possibilidades de investigação e de geração de conhecimento.
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