Ensino de História: suas práticas e linguagens |
Coordenadores: Arlette Medeiros Gasparello
Sonia Maria Leite Nikitiuk
Helenice Aparecida Bastos Rocha
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Resumo: Pensar o ensino como objeto de pesquisa implica articular a questão da produção do conhecimento histórico com a dimensão pedagógica dos fazeres docentes, o que significa inter-relacionar dois grandes campos de saber – a História e a Educação. Dentre os estudos da área, destacam-se aqueles relacionados à linguagem, enfocada tanto nos usos de recursos didáticos na sala de aula, quanto em seus aspectos discursivos. Neles, a linguagem assume não só um papel mediador das relações entre ensino e aprendizagem, mas também constitutivo do conhecimento histórico comum.
A partir dessas premissas, o Simpósio pretende estimular o intercâmbio de pesquisas sobre o ensino de História, reunindo o conjunto de uma produção plural em perspectivas e fontes de pesquisa, no qual vêm se consolidando temas que envolvem aspectos como a construção histórica da História como disciplina escolar, a inter-relação da história acadêmica com a história escolar e o estudo dos dispositivos e práticas dos diversos agentes da cultura escolar. Do mesmo modo, o simpósio pretende reunir produções que reflitam sobre a linguagem na aula de História como recurso e prática discursiva. Entre esses recursos, o livro didático destaca-se, contribuindo para a compreensão das finalidades sociais da disciplina em diferentes épocas, como a formação da cidadania e das identidades em seus diversos aspectos.
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Programação: |
04/08 - Segunda-feira - Tarde (14h às 16h)
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cláudia regina amaral affonso
As dimensões teórico-práxicas da formação de professores de História na UGF: as experiências do Laboratório de Pesquisa e Prática em Ensino de História (LPPEH).
Reformado em 2002, o currículo de História da UGF tencionou as proposições das Diretrizes Curriculares dos Cursos de História (2001) e materializou-se em espaços formativos interdisciplinares e articuladores da Teoria da História, da Pesquisa em História e em Ensino de História. As Oficinas de História (de 1 a 6), os Estágios (de 1 a 4), as Disciplinas Propedêuticas, Especializadas e Pedagógicas foram integradas em um processo de formação que compreende que o simples domínio dos conhecimentos, sejam científicos ou tácitos, não é suficiente para que se estabeleça a competência profissional, entendida em sua dimensão de práxis. A realização de pesquisas de campo no CPII, no Colégio Gama Filho entre outros espaços e a geração de metodologias alternativas para o Ensino de História em torno de Projetos específicos nos permitiu a construção do LPPEH que hoje agrega linhas de atuação: Geração de Metodologias para ensino de História Ambiental; Educação Patrimonial; Ensino de Histórias nas Primeiras Séries do EF; Produção de Imagens para Ensino de História (este em parceria com a TV Gama Filho) e Ensino de História do Tempo Presente. Após formada a 1ª turma, oferecemos uma reflexão sobre a produção do LPPEH.
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Norma Lucia da Silva
Trabalho por projetos e ensino de história: uma experiência profícua
Busca-se apresentar como a metodologia de trabalho por projetos tem contribuído para melhoria do ensino nos cursos de formação de professores, apresentando os resultados da experiência no curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Tocantins/Campus de Araguaína, incluindo aqui o Caderno Didático produzido pelos alunos. Este método pressupõe constante interação entre professor e aluno buscando-se uma formação sólida e autônoma. O professor deixa de ser um mero reprodutor de conhecimento e os alunos, não mais meros receptores de conteúdos, passam a desempenhar um papel ativo no processo de aprendizagem e na construção do conhecimento.
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Alexandre José Vieira Machado Pereira
Revolta dos Malês - Um Levante Islâmico no Brasil do Séc XIX
O Presente trabalho sobre a Revolta dos Malês vem ao encontro das novas pespectivas de ensino na análise de novas fontes e confrontamento de fontes já existentes. Utilizando das fontes do Séc XIX e do Séc XX, pode-se verificar que ambas utilizaram quase que por completo os mesmos arquivos iniciais de pesquisa, porém, verifica-se que a análise das fontes do Séc XIX utilizam de uma metodologia de época, o que é puramente normal, mas, utilizando-se fortemente de juízo de valor religioso.
Sendo assim, esse trabalho vem mostrar os cuidados necessários para se estabelecer uma pesquisa de um assunto já visto, sem que se caia no anacronismo ou tão pouco numa revisão de trabalho já executada pelo meio acadêmico.
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Roberta Maria Lobo da Silva
História em Transe: Estética e Formação de Professores
A história como processo vivido, como teoria do conhecimento e como didática deve alargar suas formas e conteúdos no que tange à atualidade da formação de professores. A formação de professores-pesquisadores exige um tratamento dos processos históricos cada vez mais complexo, articulador de uma dialética do tempo que interpela passado e presente nas suas contradições, derrotas e possibilidades. A história em transe como didática pressupõe a utilização de vários tipos de fontes, bem como a tática do contrapelo, do revirar-se, do jogar-se nas aporias da vida, impasses da relação conhecimento, política, arte e vida. Os filmes de Glauber Rocha, em especial Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe estão dentro do contexto da Estética da Fome e são fontes históricas do processo de formação das classes populares, bem como da derrota da revolução brasileira. O cinema moderno brasileiro e sua estética devem ser potencializados como fonte histórica e como recurso pedagógico, tornando-se um dos eixos da articulação entre ensino e pesquisa no processo de formação de professores de história.
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05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
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Joaquim Justino Moura dos Santos
Memória e Identidade nas Escolas de Nível Médio e Fundamental: a História do lugar
O trabalho remete a um método de ensino e pesquisa em história voltado para as escolas de nível médio e fundamental, ao qual dou o nome de História do Lugar, recorrendo a resultados de experiências parciais e preliminares a esse respeito realizadas no subúrbio carioca. Uma discussão que retomo, tendo em vista dar destaque às possibilidades que o método envolve, no sentido recuperar e preservar as memórias e as identidades locais, tão fragilizadas na atualidade pelas crescentes pressões do mundo globalizado, entre outras, sobre o dia a dia das pessoas e dos lugares onde moram. Os procedimentos metodológicos em questão, dispõem-se também a aproximar a relação entre os vários agentes das comunidades escolares (professores, diretores, alunos, familiares, moradores locais, etc), ao mobiliza-los para a produção de um conhecimento que, além de ter como objeto as suas próprias identidades sociais e culturais, os inserem como partes ativas da história. Já que tanto eles como os lugares em que vivem com suas particularidades, são hoje, como seus antepassados no seu tempo e nos mesmos lugares o foram, partes vivas e inseparáveis da História do Brasil e do mundo de suas épocas.
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Ana Cristina Guanaes Rego
"De material a documento": o PET-História da Puc-Rio
O PET é um programa do governo federal(MEC) voltado aos cursos de graduação e atinge todo o país. O objeto primordial do Programa de Educação Tutorial é a elevação da qualidade da formação acadêmica através do desenvolvimento da atividades de ensino, pesquisa e extensão junto a grupos de alunos coordenados por um tutor. Cada PET pode ter uma proposta de atuação diferenciada, adequando-se às características do curso. A PUC-Rio iniciou o seu grupo PET-História em setembro de 2007 e a presente comunicação apresentará as especificidades da proposta - que inclui oficinas atentas à questão da linguagem em História - discutindo seus objetivos e exibindo alguns resultados conquistados em seu primeiro ano de funcionamento.
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Julio Henrique da Silva Pereira
Livros Didáticos e Ensino de História: entre saberes e práticas no município de Seropédica/RJ.
O presente trabalho de pesquisa desenvolve-se a partir dos estudos em realização no curso de mestrado em Educação na Universidade Federal Fluminense. O ensino de História vem passando por transformações significativas desde a década de 80 (BITENCOURT, 2004), criando a possibilidade das Unidades Escolares construírem um projeto político-pedagógico que parta do estudo da realidade local, incluindo a confecção de livros didáticos participativos.Trata-se de um processo de pesquisa participante através do qual, no convívio diário com os moradores locais e nas suas possibilidades de registro através de entrevistas,filmagens, gravações, observações e produções textuais, realiza-se um diagnóstico da realidade localmente vivida a partir dos múltiplos olhares daqueles que lá estão.Propomos a realização de um estudo da realidade de Seropédica/RJ, convidando o coletivo-escola (direção, professores, alunos e membros da comunidade local) a se verem, se reverem, se conhecerem ou mesmo se desconhecerem nas atividades de pesquisa e de reflexão sobre a realidade local em que vivem. Buscamos analisar as fontes produzidas na construção de LD participativos neste processo e verificar em que medida as ações tomadas no município possibilitam a potencialização dos sujeitos envolvidos.
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Suzi Santos de Aguia
A Contribuição da obra literária de Amadou Hampâté Bâ para o Ensino de História da África.
Data de algum tempo o interesse do Grupo de Estudo em História da África do Centro Universitário Moacyr Sereder Bastos em trabalhar de forma interdisciplinar a literatura e a história e ao mesmo tempo utilizar a narrativa literária como aporte teórico metodológico na compreensão da História da África. Sabendo que toda obra literária mostra uma realidade que lhe é própria, ou seja, a sua realidade ficcional. Mas que é possível através dela compreender processos sociais, e uma possível reflexão sobre determinada estrutura social é que escolhemos dentre vários literatos africanos Amadou Hampâté Bâ, “Amkoullel, o menino fula”. O autor que pensa a literatura como um espaço em que diversos campos se cruzam, levando os seus leitores a refletirem sobre as tradições, a cultura, as relações sociais, aspectos econômicos, políticos entre outros; permite ainda o pensar sobre a construção da memória, da identidade e como esta se transforma em narrativa de experiências.
O trabalho assim, torna-se importante na medida que possibilita o debate para a compreensão da história da África ao abordar temas como: tradição, oralidade, religiosidade, o papel da mulher, o embate cultural entre outros
Assim, a leitura desta obra acompanhada de outros referenciais teóricos possibilitará uma melhor compre
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Rosane Bezerra Soares
Projeto “Minha Casa Arauá”: por uma outra História...
Apresentamos o projeto “Minha Casa Arauá”, desenvolvido na região centro-sul de Sergipe, no município de Arauá. Vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Federal de Sergipe, o projeto envolveu, além de docentes e alunos da UFS, professores e estudantes da rede pública do município. Buscava-se especialmente soluções para problemas relacionados aos alunos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil que trabalhavam na citricultura, apresentando baixa auto-estima e pouca sociabilidade. Considerando-se as relações entre a noção de pertencimento, memória e o sentimento de identidade, o trabalho teve início pela coleta e registro de variadas fontes sobre a região para a organização da memória de Arauá. Uma ênfase especial foi direcionada à arte, aos artistas e artesãos, entre sensibilidades individuais e identidades coletivas. Foram analisadas obras _inseridas em contextos históricos_ enquanto os indivíduos contribuíam na construção da história oral. O material seria utilizado nas escolas. Entre diversas ações, estudantes e professores da rede fundamental realizaram entrevistas aos artistas em seus locais de trabalho. Logo os envolvidos poderiam concluir que seriam agentes de uma história inacabada, podendo ser transformada e transformadora
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05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
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Fernanda Nascimento Crespo
A produção recente dos pesquisadores da área de História do Ensino de História
Esta comunicação apresenta resultados de uma investigação vinculada ao Grupo de Pesquisa de História da Educação e Ensino de História: Saberes e Práticas (GRUPHESP), da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF). Constitui um mapeamento da produção da área da História do ensino de História que teve como fontes os trabalhos publicados em anais dos eventos de âmbito nacional da Associação de Professores de História (ANPUH) dos anos de 2005 e 2007; do Encontro de Pesquisadores do Ensino de História (ENPEH) de 2003 e 2006; e do Encontro Perspectivas do Ensino de História 2004 e 2007. O estudo permitiu perceber as principais temáticas, fontes e perspectivas de análise, bem como os recortes cronológicos privilegiados. Dessa forma, o trabalho oferece um quadro das produções recentes e representa uma amostra do estado da arte das pesquisas na área, podendo contribuir na percepção de movimentos e caminhos percorridos dessa produção, como instrumento de apoio a análises e novas problematizações de pesquisas.
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Josilene Silva Campos
Diálogos Interdiciplinares: O Ensino de História da África Através da Literatura
A implementação da lei 10639/03 trouxe sem dúvida grandes avanços, principalmente no que se refere ao debate sobre a educação para relações étnicas raciais e a importância do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. A Lei vem estimular uma mudança social a partir da educação, tendo como perspectiva a superação dos quadros de injustiça social e racismo que permeia nosso país.
Em contra partida a lei também trouxe alguns problemas no que tange à falta de capacitação profissional para trabalhar a temática. Nesse contexto, essa comunicação tem como objetivo apresentar algumas estratégias metodológicas para o ensino de História e Literatura Africana no ensino fundamental. A apresentação desse estudo é parte integrante de um projeto de pesquisa desenvolvido na área de educação.
A partir do livro infantil: África meu pequeno Chaka... Serão apresentadas diferentes maneiras de trabalhar as culturas e tradições africanas em sala de aula. O intuito é a partir de um viés interdisciplinar que envolve História e Literatura mostrar algumas estratégias de metodologias que possam ajudar aos professores na aplicabilidade da lei.
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Jessica Suzano Luzes, Natália Coelho Gonçalves
"Práticas de História: Dos arquivos para a sala de aula"
O presente trabalho tem como objetivo discutir a produção de material didático no âmbito da experiência do Programa de Educação Tutorial de História (PET) da UFRRJ, aprovado pelo MEC em 2007. Em linhas gerais, o projeto propõe o levantamento e catalogação de fontes históricas sobre a história regional a partir da “Baixada Iguaçuana”, através da recuperação de acervos documentais guardados em arquivos locais. Na primeira etapa, o projeto direcionou-se para o levantamento, a organização e classificação do conjunto documental dos registros paroquiais do século XIX que integram o acervo da Cúria de Itaguaí. Nesta apresentação, propomos uma reflexão sobre o uso dos registros paroquiais de batismo, casamento e óbito como fonte documental na produção de material didático no ensino de história.
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Carmen Teresa Gabriel, Márcia Cristina de Souza Pugas
Produção de identidades narrativas e expectativas de aprendizagem no ensino de História do Ensino Fundamental.
Este texto tem por objetivo analisar as articulações discursivas entre as expectativas de aprendizagem em História, presentes nos exercícios de livros didáticos desta disciplina na primeira etapa do Ensino Fundamental e as marcas identitárias ou processos de identificação que esses textos potencializam. Apoiadas nas contribuições da hermenêutica de Paul Ricoeur (1997) e das teorias curriculares críticas e pós-criticas que focalizam de forma articulada as questões culturais, políticas e epistemológicas na compreensão das práticas escolares, destacamos a potencialidade analítica do conceito de “identidade narrativa” nos estudos sobre os saberes escolares que são considerados válidos pela comunidade epistêmica dessa área para serem ensinados e aprendidos. Para tal, analisamos uma seqüência de exercícios de História do Brasil que circulam nos volumes de 4as séries de duas coleções didáticas bem avaliadas pelo último PNLD, procurando sublinhar nas marcas textuais, vestígios de narrativas mobilizadas e reconfiguradas, nesses exercícios, que participam da construção de enredos de História Nacional, ensinados nesta etapa da educação básica.
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Helenice Aparecida Bastos Rocha
Linguagem oral e escrita no ensino de história
A partir de pesquisa sobre a compreensão dos alunos na aula de História, o texto discute as relações entre a exposição didática oral realizada pelo professor de História e o uso de esquemas. A metodologia utilizada foi de inspiração etnográfica. O texto procura evidenciar distanciamentos e aproximações entre as expectativas de professores que utilizam esquemas como recurso de ensino em suas exposições e o que acontece no processo de aprendizagem dos alunos. Tal constatação evidencia a complexidade das relações entre linguagem oral e escrita e a necessidade de que os professores dessa disciplina percebam seu papel como professores de linguagem, tendo em vista suas expectativas sobre o letramento dos alunos.
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06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
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Maria Aparecida Lima dos Santos
Consciência histórica e língua escrita: a aprendizagem da História na perspectiva dialógica.
Atualmente, os professores de História apontam a dificuldade de seus alunos em compreender os textos das aulas e em produzir reflexões escritas. Tais indagações apontam para a necessidade de aprofundamento dos estudos que relacionem os usos da leitura e da escrita no processo de ensino/aprendizagem do conhecimento histórico. O trabalho ora apresentado pretende contribuir para o aprofundamento das reflexões sobre a aprendizagem da História a partir da apresentação de alguns dos processos cognitivos identificados no processo de escrita e reescrita de um texto. A reflexão, produzida em nível de doutorado, tomou como pressupostos as pesquisas recentes realizadas no âmbito do ensino de História eu enfocam os saberes dos discentes, bem como referências teóricas da Lingüística, da Psicologia da Aprendizagem e da Didática da Língua Materna. As conclusões apontam para a importância do investimento em situações de produção escrita que se caracterizem como experiências de reflexões sobre o sentido.
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Luciana Hallak Paulo, Patricia Bastos de Azevedo
ENSINO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA SOCIAL: A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA-ENSINADA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Neste artigo buscamos a relação entre História, Ensino de História e Memória, com foco no ensino de história nas séries iniciais do ensino fundamental. Em nossa pesquisa uma premissa se fez presente – a memória é um elemento constante no processo pedagógico do ensino de história. Seja na propagação de uma memória específica e oficial, ou de uma memória invasiva que se constitui geralmente via voz dos alunos e nas reflexões dos professores acerca da matéria ensinada, revelando desta forma o pano de fundo cultural do mundo da vida. A premissa de que a memória tem um papel e efeito concreto na história ensinada nos lançou algumas questões: Como esta materialização da memória se faz? De que forma esses elementos se constituem no espaço da sala de aula de história? E como a memória social pode dialogar com o ensino de história? Na perspectiva da teoria habermasiana todos os atores envolvidos no processo da história ensinada são sujeitos e co-partícipes do ensino de história. As memórias que professores e alunos possuem relativas ao ensino de história são o centro de nossa pesquisa e é por meio dele que buscamos a possibilidade de articulação entre ensino de história e memória social.
Palavras Chaves: Ensino de História, Memória Social e Séries Iniciais.
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Raphaela de Almeida Santos
A pesquisas sobre o livro didático de história: temas e perspectivas
Esta comunicação apresenta resultados de uma pesquisa vinculada ao Grupo de Pesquisa de História da Educação e Ensino de História: Saberes e Práticas da Faculdade de Educação da UFF, que desenvolve pesquisas na área das disciplinas escolares e do livro didático. Com o objetivo de conhecer o estágio atual da produção da área, foi realizada análise dos trabalhos apresentados no Simpósio Internacional Livro Didático: Educação e História realizado na USP (2007) através dos Anais impressos e eletrônicos. O evento foi importante por ter sido o primeiro encontro internacional sobre o tema no Brasil e que teve por base as pesquisas de vários pesquisadores brasileiros e do exterior com temáticas e disciplinas escolares diferentes. A análise privilegiou os estudos da disciplina História e foi observada uma grande preocupação com a memória, que é investigada sob vários ângulos, especialmente na História do Brasil, sob a ótica da História Social e Cultural. A iconografia, a questão do negro e da escravidão são largamente exploradas. O livro didático, como objeto cultural e histórico é um instrumento pedagógico e suporte de saberes, ideologias e memórias, perpassando o imaginário das pessoas no longo contato da experiência escolar.
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eloisa maria lima souto silva
O Ensino de História nas séries iniciais por meio da Literatura Infantil
Considerando-se a importância do ensino de História para os anos iniciais do ensino fundamental, pretende-se com este trabalho apresentar a literatura infantil como recurso e prática discursiva que contribuirá para a produção e compreensão de alguns conceitos históricos, formação do pensamento crítico do aluno e, principalmente, para que este aluno se perceba como sujeito ativo e construtor da História.
Entende-se que é a partir da reflexão sobre o concretamente vivido, observado e pensado que os alunos poderão construir abstrações cada vez maiores, interpretando e produzindo significações cada vez mais amplas em relação ao tempo, espaço, memória, identidade, cidadania, etc. Portanto, acredita-se que para a criança compreender a dinâmica histórica da sociedade, é importante que tenha como primeiro referencial as suas próprias dimensões de sujeito de um determinado momento histórico sócio-cultural para que, a partir daí, possa estabelecer comparações, generalizações, entre outros procedimentos, que lhe permitam entender e identificar outras realidades históricas.
Os textos literários, nesse contexto, podem ser utilizados como um meio de apresentar determinado conteúdo histórico, como fonte, para que se compreenda determinado contexto ou simplesmente como recurso didático
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06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
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Alessandra Ciambarella Paulon
Resistência ou revolução: a memória das esquerdas armadas brasileiras nos livros didáticos de História
Este trabalho tem por objetivo reconstruir e analisar a memória dos movimentos armados promovidos pelas esquerdas revolucionárias, durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). Para tanto, tem como objeto de análise e reflexão as imagens e informações veiculadas pelos livros didáticos produzidos, especialmente, para os anos finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Categorias como revolução, resistência, juventude e repressão estão presentes nessa pesquisa que procura lançar luzes sobre um período importante da História do Brasil Recente.
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Arlette Medeiros Gasparello
História metódica e livros didáticos: um estudo sobre circulação de saberes e a história escolar
O trabalho resulta de pesquisa em andamento sobre os processos de circulação, apropriação e construção de saberes nos textos publicados sobre educação e história de professores e intelectuais brasileiros no final do século XIX e início de século XX. Tem por objetivo problematizar concepções sobre a inter-relação história acadêmica versus história escolar. Fundamenta-se nas contribuições da história cultural e da nova história intelectual, a qual, segundo François Dosse, pode ser explorada em torno de três planos distintos: Escolas, Paradigmas e Biografias. Foi realizada análise comparativa sobre os pressupostos historiográficos dos livros analisados: Introdução aos Estudos Históricos, de Charles-Victor Langlois e Charles Segnobos de ampla repercussão entre os historiadores e considerado um marco na consolidação dos princípios da história metódica e os livros didáticos Histoire de la Civilization, de Seignobos, publicado em 1886 e História do Brasil, de João Ribeiro, professor de História e autor de vários livros. Conclui sobre a necessidade de novas interrogações sobre esses processos no sentido de superar permanências de visão sobre história e ensino.
Palavras-chave: historiografia – ensino de história – livro didático – circulação de saberes
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Warley da Costa
LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA E MARCAS IDENTITÁRIAS AFRO-BRASILEIRAS
O presente trabalho, elaborado para efeito de apresentação neste seminário, tem como objetivo analisar de que forma as imagens da escravidão, reproduzidas nos livros de história, influenciaram a construção identitária de alunos afro-brasileiros ex-alunos da rede municipal do Rio de Janeiro. Ele foi desenvolvido a partir da pesquisa de campo realizada na dissertação de Mestrado em Educação da UNIRIO. Na ocasião, foram entrevistados 9 alunos que estudaram nos anos 1990 e que utilizaram os livros didáticos selecionados para análise na dissertação. No caminhar da pesquisa de campo, percebemos certa dificuldade de alguns entrevistados negros em abordar o tema: não identificação com os personagens, o silêncio, a mudança de assunto. As contradições percebidas nas falas ou nos silêncios nos levaram a questionamentos como: Que identidades foram forjadas ao longo do tempo? Que sistemas simbólicos foram utilizados para identificar-se como negros? Que elementos definiram as fronteiras do ser negro? Que identidades foram retratadas nas narrativas dos ex-alunos? Neste estudo fizemos o retorno da entrevista de 2 alunos do grupo inicial com o objetivo de aprofundar estas questões. Buscamos sustentação teórica em autores como Stuart Hall, Kathryn Woodward, Tomaz Tadeu da Silva, entre outros.
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Madison Oliveira de Moraes
O Império civiliza: educação de libertos no Segundo Reinado na Escola de Santa Cruz.
Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados parciais de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida no âmbito da História da Educação Brasileira. Trata-se de um estudo sobre o ensino profissional para libertos, ex-escravos da Coroa, no Rio de Janeiro, no ano de 1886. A fonte utilizada para este trabalho é um documento de vinte e seis páginas intitulado "Oficina na Escola", localizado no acervo da Biblioteca Nacional. Tal documento aborda a criação de duas escolas: uma situada no Curato de Santa Cruz, no ano de 1886, e outra, na freguesia da Quinta da Boa Vista, em 1868. Estes estabelecimentos visavam oferecer a instrução primária e ensinar ofícios aos alunos, tais como os ofícios de oleiro, sapateiro, marceneiro e outros. Para fins deste estudo, analiso a escola de Santa Cruz (Escola Dom João VI), procurando compreender suas particularidades dentro do ambiente rural da antiga fazenda da Família Real, ali situada. Sendo assim, observar a existência de tal ensino no Rio de Janeiro é contribuir para o avanço dos estudos sobre a educação e as possibilidades de acesso à instrução para os negros na segunda metade do século XIX.
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07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
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CARLOS JOAO PARADA FILHO
É de pequenas histórias que se tece a história
Para Gusdorf, o trabalho da educação representa acima de tudo o trabalho de nós próprios sobre nós próprios. Aceitando esta afirmação podemos nos perguntar quais as suas implicações no Ensino de História. Pesquisa junto a professores de História vem comprovando a importância das histórias pessoais no exercício da docência em História. Isso para professores e estudantes. Os primeiros, rememorando seu amor inicial pela História e por seu ensino, renovam compromissos e reafirmam antigos sonhos. Os segundos, olhando a própria História percebem-se atores de uma trama irremediavelmente entrelaçada à dos demais. A ambos o convite a integrar rede de solidariedades. O que antes parecia não ter sentido revela-se convite à ação, possibilidade de reescrever os próprios passos. A aceitação de nossas próprias histórias, produtos de nossas ações individuais e coletivas, despertando e possibilitando o respeito por Si e pelo Outro. Este Outro que nos revela e em nós se dá a conhecer. Cada História um fio na grande teia da vida. A aula de História: espaço do desvendar e da construção das identidades. O professor de História: este tecelão de memórias que urde significados e confere sentidos. Tomando seus estudantes pelas mãos os convida a interpretarem-se a si mesmos e ao mundo em que vivemos.
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Paulo Cavalcante
Olhar para aprender, praticar para mudar: notas de um ofício compartilhado
Um dos principais desafios da profissão de educador é manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino e desenvolver práticas eficazes no cotidiano da sala de aula. O processo de construção dessas práticas educativas provém da experiência pessoal do educador desde o tempo em que ele mesmo era educando, passando pelos anos de licenciatura e consolidando-se nas trocas com seus colegas e educandos. Desta forma, a construção da prática educativa se dá desde sempre na escola, no início e na volta, e mesmo durante a formação do professor, quando a ela se refere e ensaia o retorno ao longo do estágio. Este trabalho discute práticas educativas a partir da formação do educador e da sua relação dialógica com o educando.
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UBIRATAN ROCHA
Informação e incerteza: os profetas do passado e a dissolução da tradicional História ensinada
Informação e incerteza: os profetas do passado e a dissolução da tradicional História ensinada
Ubiratan Rocha*
O ensino da História tem sido impactado pela ampliação do conceito de fonte histórica, pelo crescimento exponencial dos arquivos digitais, pelo entendimento de que a linguagem é constituinte do real e pela idéia de que a referência é uma ilusão criada por enunciados polifônicos no jogo discursivo. O professor percebe hoje que as abstrações historiográficas não dão conta da totalidade do real, por mais abrangentes que sejam. As propostas de currículos organizados por temas são o reconhecimento tácito da inviabilidade da representação do real através de narrativas didáticas totalizadoras. A comunicação se apoiará, em parte, na teoria matemática da informação, na idéia de entropia e no entendimento de que o pensamento se organiza em torno de estruturas imagéticas derivadas de esquemas sensoriais pré-lingüísticos. Enfatizará o ensino de História como um tipo de esquema cognitivo de ordenação temporal do mundo social, tornando-o mais conhecido, sem que isso signifique diminuir as incertezas em relação ao futuro.
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* FEUFF – Doutor em Educação.
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Angelo Adriano Faria de Assis
Mas como se constrói a memória? Propostas e possibilidades do uso do cinema como recurso didático
Com o avanço das pesquisas em ensino de História nas últimas décadas, novas mídias e tecnologias passaram a ser utilizadas com mais freqüência - embora, nem sempre, com mais apuro - nas salas de aula, na tentativa de vencer as dificuldades de aceitação da disciplina pelos alunos, vista, não raro, como “chata”, “decoreba”, “coleção de datas e nomes sem sentidos”, “coisa de velho”, numa série de conceitos esteriotipados que se repetem ao infinito. Esta comunicação visa analisar uma proposta de trabalho com uma destas mídias, o cinema, através da análise de determinados filmes que, em principio, não são filmes históricos, mas antes, que contém temáticas e questões importantes para o ensino de História. Como exemplo, trabalharemos com a análise e a proposta de trabalho em sala de aula com determinadas obras cinematográficas dos últimos anos, como os filmes Amnésia (2000), Efeito Borboleta e Peixe Grande (ambos de 2003), Brilho Eterno de uma mente sem lembranças (2004), além de filmes nacionais que também podem ser analisados através do olhar da História, como Narradores de Javé (2003) e A dona da História (2004).
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Douglas Mota Xavier de Lima
Visões da Idade Média: análise das representações da Europa medieval nos livros didáticos.
A comunicação apresenta pesquisa em andamento sobre o conteúdo do livro didático de História do ensino fundamental referente à Idade Média, com o objetivo de analisar a apropriação das contribuições historiográficas sobre o tema, na tentativa de desenvolver uma reflexão sobre as modificações nos conteúdos. Com apoio na história cultural e do livro didático, o trabalho percebe o livro didático como objeto cultural, dotado de uma historicidade própria, o que torna pertinente sua análise. As fontes principais são os livros escolares de História do ensino fundamental das décadas de 1980, 1990 e 2000, período importante na história das políticas públicas do livro didático, como o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985 e a instituição do programa de avaliação do livro didático (1996). Com os referenciais da historiografia educacional para os conceitos de currículo, disciplina escolar e livro didático, o trabalho discute as relações da história acadêmica com a história escolar, o que nos traz os desafios da importância da disciplina e da atuação docente em sala de aula e da relevância do estudo da Idade Média.
Palavras-chave: livro didático – Idade Média – ensino de História
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Dariana Nogueira de Abreu, Suellen Cristine Isidoro Ribeiro
Cinema Novo: revelação da identidade brasileira, mas para quais brasileiros?
Com este tema pretendemos trabalhar a relação dos objetivos apriorísticos do movimento do Cinema Novo na década de 60 (cinema como fonte de informação e revelação da identidade nacional), com os verdadeiros resultados obtidos (repercussão na sociedade), tendo como principal obra de representação da temática, o filme Terra em transe, de Glauber Rocha, pelo seu caráter instigante e perturbador, especialmente no aspecto político, que será analisado sob uma perspectiva que envolve a estética da recepção, com a tentativa de mostrar de que forma o movimento impactou a vida das pessoas, e quais os efeitos históricos que produziu no âmbito cultural. O trabalho visa ainda, ressaltar as relações do Cinema Novo com o cinema nacional atual, observando suas contribuições no que diz respeito ao uso do cinema como fonte de informação, conscientização e despertar crítico, auxiliando nas práticas de ensino como recurso pedagógico.
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