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Simpósios Temáticos


Marxismo, Ideologia, Consciência de Classe e Identidade

Coordenadores:
Gelsom Rozentino de Almeida
Fernando Sergio Dumas dos Santos

Resumo:
O GT História e Marxismo, a partir do tema geral da ANPUH-RJ, apresenta o
Simpósio Temático "Marxismo, Ideologia, Consciência de Classe e Identidade",
com a proposta de estabelecer um diálogo com perspectivas teóricas e
metodológicas que tenham como referência o materialismo dialético, ampliando
seus objetos e campos de análise. Uma história que dialoga de forma crítica,
permanente e insistente com as transformações e permanências no mundo real,
em constante mutação.
A "questão da identidade", tanto no singular como no plural, nas suas
diversas variantes – gênero, étnica, nacionalidade, processos sociais,
território, etc -, tem suscitado um grande número de estudos e publicações,
multiplicando-se os grupos e linhas de pesquisa. Notadamente, tal questão
não faz parte do rol original do marxismo, mas sempre esteve presente de
maneira ao menos transversal nas análises concretas dos processos
históricos. Insuficiente enquanto conceito, "identidade" como categoria de
análise possibilita a relação com outras tantas categorias e conceitos. No
caso, objetivando problematizar a questão, enfatizamos a reflexão com o
escopo mais amplo de ideologia e consciência de classe.

Programação:

04/08 - Segunda-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Kenia Miranda
    A condição de classe dos professores: um debate com o estruturalismo marxista
    A condição de classe dos professores: um debate com o estruturalismo marxista
    O presente texto situa-se no debate com o estruturalismo marxista sobre a condição de classe dos docentes. Tal filiação teórica afirma que o sindicalismo de classe média, do qual fariam parte os professores, é fundamentado na ideologia meritocrática. Segundo esta abordagem os professores integram a classe média e comungam de sua ideologia e forma organizativa de caráter político-ideológico individualista e reformista.
    Pretendemos assinalar os limites teóricos desta interpretação. As análises que partem de parâmetros pré-determinados e modelos esquemáticos do real parecem não levar em consideração o processo histórico de formação e conscientização da classe trabalhadora e as experiências vividas por grupos de trabalhadores no embate da luta de classes.
    Se a categoria docente já pertenceu à classe média, na atualidade precisa de uma nova análise e, por conseguinte, uma novo olhar sobre sua condição de classe que considere o seu processo histórico de constituição de classe. Neste sentido, apresentaremos reflexões provocadas por resultados de pesquisa realizada no Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ).


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  • Ludmila Gama Pereira
    A construção do saber histórico e projeto social: Os historiadores da UFRJ na época da Ditadura Mlitar no Brasil (1964-1984).
    Este trabalho pretende apresentar os primeiros passos da pesquisa que realizo sobre a atuação dos historiadores brasileiros na ditadura militar, evidenciando os enfrentamentos, conformismos ou adesões do posicionamento político dos intelectuais no recente período do regime militar no Brasil (1964-1984).
    Os agentes privilegiados na pesquisa são os historiadores que lecionaram na Universidade Federal do Rio de Janeiro entre as décadas de 1960 a 1980. Portanto, além da discussão no interior do próprio “campo acadêmico”, pretendo evidenciar a imersão analítica dos historiadores e o compromisso com um projeto social e as tomadas de posição frente aos desafios propostos pela realidade social de determinado contexto histórico. Para trabalhar a relação entre a construção do saber e o contexto político faz-se necessário investigar em quais condições este conhecimento pôde ser produzido e como ele se relaciona à realidade vivida pelo agente do conhecimento.

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  • Felipe Abranches Demier
    Do movimento operário para a universidade: Trotsky e os estudos sobre o populismo brasileiro
    O tema desta comunicação será a relação que acreditamos existir entre o pensamento trotskista e parcela significativa da intelectualidade brasileira que, nas décadas de 1960 e 1970, destacou-se por trabalhos dotados de uma perspectiva crítica às interpretações “dualistas” e “etapistas” sobre a realidade sócio-histórica nacional. Desse modo, nos propomos a discutir como algumas idéias do revolucionário russo León Trotsky assim como determinadas teses produzidas pelos agrupamentos políticos brasileiros de linha trotskista existentes no período 1930-1964 se encontram presentes em trabalhos acadêmicos de autores como Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Rui Mauro Marini e Francisco de Oliveira. Mais especificamente, abordaremos a proximidade existente entre as elaborações de Trotsky acerca dos regimes bonapartistas “sui generis” que despontavam na América Latina a partir da década de 1930, as formulações do Partido Operário Revolucionário (POR) sobre o regime político brasileiro de 1945-1964 (em especial o segundo governo Vargas) e os trabalhos acerca do “populismo” brasileiro realizados por Octavio Ianni e Francisco Weffort.
  • Joana El-Jaick Andrade
    Theodor Adorno e a crítica à revolta estudantil
    No auge da eclosão de manifestações estudantis e operárias em maio de 1968, Theodor Adorno adotou posicionamento surpreendente ao repudiar o que considerou ser a mostra de uma “postura estudantil autoritária”. Taxado como conservador por setores da esquerda e acusado de promover a ruptura entre teoria e práxis revolucionária, ainda hoje sua atuação é colocada em questão e contrastada à posição radical assumida por Herbert Marcuse. Este trabalho pretende analisar a crítica direcionada por Adorno à “violência estudantil”, procurando inseri-la no contexto de sua dialética negativa e articulá-la com sua concepção educacional, que alia pessimismo crítico e anseio por emancipação.

05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Ana Valéria Dias Pereira
    A Bancada dos Empregadores no Fórum Nacional do Trabalho
    Criado durante o Governo Lula (30/7/03), através do Decreto 4.796, o Fórum Nacional do Trabalho (FNT) é um espaço democrático de discussão, que tem como uma de suas finalidades, a de pretender discutir e estabelecer as novas configurações de relacionamento entre trabalhadores, empregadores e governo. Esta finalidade se justifica pela necessidade de se elaborar uma reforma sindical e trabalhista, capaz de produzir resultados que possibilitem o ingresso do Brasil em um novo quadro de desenvolvimento nacional e do mundo do trabalho.
    O FNT é formado por três bancadas: 1) Bancada dos Trabalhadores; 2) Bancada do Governo e 3) Bancada dos Empregadores. E o presente trabalho, objetiva apresentar a composição da bancada dos empregadores, identificando quem são seus integrantes, por setor econômico, classes em que pertencem e que representam, entidades que representam e demais grupos que se fazem presentes através de seus membros, para que possamos identificar as origens de suas propostas e conseqüentemente termos clareza sobre seus reais interesses.

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  • WALLACE DOS SANTOS DE MORAES
    A luta pela hegemonia interpretativa e por direitos trabalhistas em perspectiva histórica
    As interpretações acerca do papel que o Direito do Trabalho (DT) exerce são das mais variadas e conflitantes. Na literatura (neo)liberal, a garantia de direitos para os que vivem do trabalho é vista como um obstáculo às leis do mercado, porque induzem os empregados a viver às custas do Estado, esforçando-se pouco e, conseqüentemente, entravando o desenvolvimento econômico. Numa visão tipicamente socialdemocrata, a interpretação mais comum é de que o DT existe, ou constitui-se, para proteger o lado mais fraco da relação de trabalho, isto é, o assalariado. Atribui-se, assim, ao DT um papel civilizatório que teria a ver com a penetração da proteção estatal em relações que parecem ter um caráter unicamente privado. Outra interpretação, muito comum no campo jurídico, baseia-se na idéia de que a lei é para ser cumprida. Trata-se de encarar o Direito como um imperativo, dever ser, não como um valor. Nosso texto polemizará com estas interpretações apontando um outro caminho de análise, objetivando encaminhar questões metodológicas que viabilizem uma outra interpretação para o Direito do Trabalho no Brasil. Já podemos adiantar uma crítica comum às três interpretações acima descritas: elas carecem de uma perspectiva histórica.
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  • ADRIANA FACINA
    Indústria cultural e precarização do trabalho: o caso do funk
    O processo geral de precarização do trabalho é fruto da hegemonia neoliberal que marcou as últimas décadas. Como em qualquer outro ramo da economia capitalista, a indústria cultural também passou por reestruturações que se traduziram em demissões e instituição de novas formas de contrato flexíveis, capazes de atender às demandas da atual fase histórica de acumulação capitalista. No caso do funk, essa lógica é ainda mais aprofundada, pois os artistas são, em sua maioria, provenientes das camadas joves habitantes das periferias e favelas cariocas. A falta de perspectiva que a sociedade que combina desemprego com hiperconsumo gera entre esses jovens, faz com que a carreira no mundo do funk apareça como algo atrativo e, ao mesmo tempo, permite com que os grandes empresários estabeleçam relações de trabalho baseadas na superexploração, na ausência de parâmetros legais (como contratos formais) e na descartabilidade dos artistas. Assim, o mundo do funk se torna um exemplo do enredamento da cultura de massas na lógica global do capitalismo neoliberal.
  • Gelsom Rozentino de Almeida
    QUEM FALA POR QUEM: representantes e representados no Fórum Nacional do Trabalho.
    O Governo Lula representaria uma etapa superior, que corresponderia a duas modificações : 1) a modificações na correlação de forças no interior do bloco no poder : graças à elevação da posição relativa da burguesia interna voltada para a exportação (origem dos dólares que remuneram o capital financeiro); e 2) a modificações nas relações entre o bloco no poder e as massas populares : sua base social são os dos trabalhadores pauperizados e politicamente desorganizados. Tal posição implica na compreensão do Estado, não como uma entidade monolítica e homogênea, mas como um sistema institucional de aparelhos diferentes, que concentram níveis de poder também diferentes, bem como as tensões e conflitos da sociedade o perpassam – o Estado-relação. Os ramos ou aparelhos do Estado mais importantes (isto é, onde se concentra a capacidade de decidir) são os centros de poder. A análise buscaria a determinação de quais seriam os centros de poder do Estado brasileiro – neste governo – para daí passar à determinação do perfil social dos ocupantes dos centros de poder real. Este é o objetivo central da análise desenvolvida no presente trabalho, tendo como foco o Fórum Nacional do Trabalho, através da identificação dos representantes classistas e dos interesses representados.
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05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Marly de Almeida Gomes Vianna
    Anarquistas e socialistas na imprensa da primeira metade do século XX
    O trabalho tem por objetivo identificar as formas através das quais anarquistas e socialistas apresentavam seus programas políticos e suas ideologias, por meio da imprensa que sustentavam, analisando-as e comparando-as.
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  • tatiana poggi
    New Deal: Visões e Perspectivas
    Esta apresentação pretende abordar as distintas leituras sobre o New Deal, projeto reformista de Estado implementado nos Estados Unidos pelo governo Roosevelt a partir de meados da década de 30 do século passado. Pretende-se aqui comparar as diversas perspectivas historiográficas desde as favoráveis, produzidas por aqueles que estiveram diretamente envolvidos na construção do projeto reformista, enfatizando o caráter revolucionário das medidas então implementadas até as mais críticas quanto aos avanços do projeto, produzidas por aqueles que compõem a chamada New Left Review.
  • Pâmella Passos Deusdará
    Desumanizando o outro: reatualizações do discurso anticomunista na revista Veja
    Segundo Edward Said(2007) é através do Oriente que o Ocidente se define. Partindo desta reflexão, podemos compreender que a produção de identidade se dá na relação com o outro, ou seja. Compartilhando desta perspectiva investigaremos as reatualizações do discurso anticomunista, sobretudo no que tange a construção do seu revés, o comunismo. Para tal, selecionamos a matéria da revista Veja de outubro de 2007, intitulada “Che a farsa do herói”, por acreditarmos que diversos elementos do discurso anticomunista característico, sobretudo, da Guerra Fria são revisitados. Ao privilegiar o âmbito da linguagem cabe pontuar nossa referência no dialogismo bakhtiniano(2004), compartilhando também das reflexões do autor acerca da dimensão produtora e não somente reflexiva da linguagem. Partimos de uma perspectiva enunciativa referenciada na Análise do Discurso, da qual incorporamos os conceitos de prática discursiva (MAINGUENEAU,1997) e cenografias(MAINGUENEAU,2001) com os quais pretendemos analisar a construção desumana desse outro. Visando construir a imagem de um determinado Che, anunciado como mito, outros mitos e medos foram reatualizados produzindo múltiplas cenografias que atuavam na produção de um afastamento do leitor da Veja com Che Guevara e seus ideais.
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  • Eduardo Gomes Silva
    Imprensa e Revisionismo Historiográfico
    A presente comunicação tem por objetivo contribuir para o debate historiográfico acerca do processo que levou ao Golpe de 1964 e aos governos ditatoriais que o seguiram, identificando e analisando a relação da chamada ‘grande imprensa’ brasileira com a corrente revisionista deste debate.
    Sob a roupagem de ‘novas abordagens’, o revisionismo historiográfico sobre este tema tem, nos veículos dos grandes conglomerados midiáticos do País, importante locus de promoção e disseminação de suas teses, sobretudo as que gravitam em torno do i) ‘desprezo generalizado pela democracia’; ii) golpismo de esquerda; e iii) ‘responsabilidade universal pelo Golpe e pelos governos ditatoriais’. Tendo desempenhado papel importante no processo que levaria à destituição do Governo Goulart, a chamada ‘grande imprensa’ brasileira não só é diretamente favorecida por estas ‘novas abordagens’, como também é fonte, às vezes única, de seus argumentos.
    Aprofundar a discussão em torno deste revisionismo historiográfico, apontar suas teses, seus limites e sua relação com os grandes conglomerados midiáticos do País são, portanto, alguns dos produtos que esta comunicação almeja alcançar.
    Palavras-chave: Revisionismo historiográfico; ‘Grande imprensa’; Golpe de 1964.

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  • Lincoln de Abreu Penna
    Os editoriais da imprensa combativa republicana
    Este trabalho de pesquisa se ocupa dos editoriais de periódicos da imprensa combativa no Brasil do século 20. O conceito de imprensa combativa refere-se a inclusão num mesmo rol de jornais e revistas de tendências anarquistas, socialistas, comunistas, trabalhistas e nacionalistas de esquerda comprometidos com temas relacionados aos interesses das classes populares e da soberania nacional.

06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Renake Bertholdo David das Neves
    Desemprego e luta de classes no capitalsimo contemporâneo
    Nosso objetivo neste trabalho é propor algumas aproximações teórico-metodológicas a fim de se analisar a constituição da classe trabalhadora no capitalismo contemporâneo, i.e., pós-1970. Afirmaremos a centralidade estrutural do processo de estranhamento na subordinação que o capital exerce sobre o trabalho, defendendo que uma pesquisa a respeito das tensões na formação da subjetividade da classe trabalhadora, no contexto de formulação de novas estratégias burguesas para a elaboração de um novo homem coletivo apto a um novo padrão de acumulação, é fundamental para compreender as novas dimensões da classe trabalhadora na atualidade. Argumentaremos que um dos fenômenos mais interessantes para investigar as continuidades e transformações no processo de estranhamento e suas implicações na constituição do sujeito de classe é a organização dos movimentos de trabalhadores desempregados na Argentina, os piqueteiros. Concluiremos que o proletariado, se entendido de forma ampliada, continua sendo o sujeito protagonista da superação das relações reificadas imperantes no sistema do capital.
  • Silvia Oliveira Cardoso
    Música “brega” ou a estigmatização do “gosto popular”
    O termo “brega” começou a ser difundido, no Brasil, na década de 1980, para denominar um estilo de música considerado de mau gosto pelos críticos musicais. Esse estilo não se restringe a um único ritmo, nem a uma geração apenas. Na década de 70, os principais artistas identificados a essa música eram: Odair José, Waldick Soriano, Nelson Ned, Lindomar Castilho, Benito di Paula, Wando e Agnaldo Timóteo.
    No período pós-AI-5, o endurecimento do regime militar atingiu em cheio os artistas engajados do cenário musical – identificados à MPB. Os cantores “bregas” foram chamados de alienados, bem como seu público, basicamente de origem popular. A partir de então, a MPB transforma-se em referência de qualidade e a estética “brega” é desvalorizada, mesmo com altos índices de vendagem.
    O objetivo deste estudo é discutir a estigmatização da música “brega”, a partir da idéia de que os gostos e os referenciais estéticos são construções sociais situadas num processo histórico determinado. Temos como principal orientação teórica as reflexões de Bourdieu sobre a conformação do gosto como um marcador de classe, e de Martin-Barbero sobre a relação entre cultura popular e indústria fonográfica. A pesquisa está sendo realizada com apoio da Faperj e orientação da professora doutora Adriana Facina.

  • Gessildo Mendes Júnior
    Rebelião dos Marinheiros (1961-1964) no Rio de Janeiro
    Acredito que o tema seja relevante, pois ao tratar das reivindicações dos marinheiros e de sua disposição para lutar por elas, pretendo entender o universo ideológico desse grupo de militares de menor graduação da Marinha - e provavelmente também do Exército e da Aeronáutica - o que é relevante num país em que o papel político das Forças Armadas sempre foi de destaque.
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  • Sydenham Lourenço Neto
    Socialismo ou Judaísmo? O Estado de Israel como fator de conflito na comunidade judaica brasileira.
    A comunidade judaica brasileira teve até os anos cinqüenta uma expressiva participação nos grupos e partidos de esquerda, com destaque para o PCB. Fato que não costuma ser destacado nem pela historiografia que se dedica ao tema do judaísmo no Brasil, muito menos pela historiografia sobre a esquerda brasileira, dentro de um processo de “esquecimento” que pode estar relacionado às tensões que surgiram entre a ideologia socialista e o comprometimento com o Estado de Israel. Tensões que ficaram evidentes logo depois da criação de Israel, principalmente em função dos conflitos com os árabes e das alianças internacionais assumidas por Israel. Estes fatos provocaram conflitos entre os militantes de esquerda de origem judaica no Brasil, levando muitos a abandonar a causa socialista ou renegar Israel, provocando um grande racha dentro da comunidade, que tem sido pouco investigado.
    Particularmente no Rio de Janeiro, esses conflitos tiveram lugar em instituições freqüentadas pela comunidade judaica, como a Associação Scholem Aleichem (ASA), o Colégio A. Liessin Scholem Aleichem, o Clube Cabiras e o Clube I. Peretz. Reverberando também em alguns órgãos da imprensa judaica. Mas, as consequências desse processo afetaram o conjunto da esquerda brasileira.


06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Raquel Sant'Ana
    "Muito Romântico": sobrevivências do "Brega"e brechas na indústria cultural
    Apesar de ter tido, nas últimas duas décadas, um espaço restrito nos meios massivos de cultura, a música popular romântica das décadas de 1970 e 1980, usualmente chamada de "Brega" por seus críticos, permanece como referência identitária e de sociabilidade para muitas pessoas, e possui, até mesmo, um circuito prórprio de espaços para fruição e consumo desse gênero.
    O objetivo deste artigo é levantar algumas questões a respeito da sobrevivência desse gênero e sobre os possíveis caminhos e brechas, indicados nessa experiência, para a superação do sistema de dominação da Indústria Cultural.

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  • Poméia Genaio
    A Nova Trova e a Construção da Identidade Socialista
    Uma tarefa trabalhosa para os revolucionários cubanos de 1959 foi manter o espírito vivo da Revolução e principalmente construir, a partir dela, uma sociedade socialista. A Revolução Cubana foi uma revolução de caráter nacionalista, tendência atribuída às lutas iniciadas em meados do século XIX. Em poucos anos, o Estado incorporou e construiu uma ideologia de ordem socialista, que para a grande maioria dos revolucionários era algo fora de cogitação e até mesmo incompatível. Temos como objetivo analisar a construção e manutenção de uma identidade ideológica através do estilo musical, a chamada nova trova, amplamente estimulada pelo Estado revolucionário a partir de fins da década de 1960.
  • Márcia Regina da Silva Ramos Carneiro
    Ao nosso molde: a criação de uma identidade brasileira – entre a ciência e um projeto de povo – o processo de idealização de uma Maternidade-Escola pelo Estado
    A Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi fundada em 1904, como projeto da nascente República. A criação da ME tencionava a aplicação dos cânones científicos da Medicina Ginecológica e Obstétrica do limiar do século XX à população menos favorecida. Como instituição pública em que o ensino e exercício da Medicina é aplicado às camadas mais pobres da população, como “coisa” do Estado, as gestões que se sucederam na ME foram seguindo tradições e/ou implantado novidades quanto à aplicação de métodos da medicina no tratamento da gestante e do recém-nascido. Aliando a metodologia da História Oral à análise marxista, pretende-se analisar as persistências na história da ME, o que a distingue, o “projeto comum” tanto político, de saúde pública, como institucional. O projeto que une seus trabalhadores ativos e inativos. Sob o enfoque da dialética marxiana, a busca pelas referências comuns dos grupos não anulam a condição de lugar social dos trabalhadores no âmbito da produção. Ainda que o termo “identidade” possa significar a existência de unidades à parte no todo social, não se pode negar os caracteres de classe intra e inter do conjunto que a reclama. É justamente no interior de cada grupo que os interesses de classe se manifestam com suas contradições.
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  • Vicente Neves da Silva Ribeiro
    Emergência do movimento operário na Venezuela. Pararalisação Petroleira e Resistência na construçao de uma identidade operária no processo bolivariano
    Esta comunicação analisa a emergência do movimento operário no processo bolivariano a partir da disputa pelo controle do petróleo cujo ponto alto foi a Paralisação Petroleira de 2002/2003 e a resistência a ela. De 2001 a 2003 a Venezuela foi palco de uma aguda disputa hegemônica marcada por uma série de embates na qual a questão do petróleo foi o eixo articulador. A entrada do movimento operário enquanto um dos sujeitos protagônicos do processo bolivariano é um ponto fundamental para a radicalizaçãodeste processo e a gênese de um horizonte anti-capitalista. Analisa-se a história recente do movimento operário venezuelano e o forte aumento do seu protagonismo a partir de 2002 bem como suas construções organizativas que se articulam no início de 2003 com a construção da União Nacional dos Trabalhadores (UNT). Por fim, busca-se levantar algumas respostas tentativas para as possíveis articulações entre a questão nacional e o movimento operário na periferia do capitalismo bem como qual papel este pode desempenhar em uma sociedade na qual, apesar de marcadamente proletarizada, os principais espaços de identidade de classe se reduzem.
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  • Tânia Serra Azul Machado Bezerra
    Luta & Resitência: Formação da Consciência de Classe de Trabalhadores Gráficos no Estado do Ceará.
    Em nossa Tese de Doutoramento, fazemos o registro histórico da práxis de um grupo de estudos composto por trabalhadores que, no tempo presente, reúnem-se no Sindicato dos Trabalhadores Gráficos no Estado do Ceará, objetivando experienciar um processo de formação política que suscita a consciência de classe. Em tempos de desemprego estrutural, fragmentação da classe trabalhadora e de destituição da luta sindical, é incomum, encontrarmos indivíduos com baixo índice de escolaridade, interessados em estudar Marx e desdobramentos referentes ao materialismo histórico-dialético. Estes trabalhadores defendem a organização de cursos de autoformação, na tentativa de elucidarem questões teóricas pertinentes às lutas e conquistas dos trabalhadores, como também, buscam o contato com uma cultura ampla e comprometida com a conscientização, em nossas hipóteses, dando origem a um processo de transformação da classe em si em classe para si. Estaríamos, então, diante de um movimento de resistência de trabalhadores? Tendo como fio condutor metodológico o cruzamento de fontes diversas (orais e escritas), é fundamental a incursão numa suposta subjetividade revolucionária que resiste ao tempo e se contrapõe ao momento da esquerda atual, mirando para além da sociabilidade do Capitalismo Contemporâneo.

07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
  • Mirna Aragão de Medeiros
    A nova estrutura de sentimento: a pós-modernidade
    Este trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão em torno do conceito Estruturas de Sentimento de Raymond Williams, visando ressaltar sua importância na análise de obras de arte e literatura, especialmente, para a compreensão de novos significados e de características emergentes na sociedade – percebidas nas obras literárias. Este conceito contempla aquilo que foge ao fixo e as instituições já formadas, que por estar acontecendo neste exato momento pode até mesmo vir a não se manter; e também as experiências vividas e sentidas no presente para a compreensão dos dias de hoje. Com este intuito, utilizamos os textos de Walter Benjamin escritos na década de 1930: “Experiência e Pobreza”; “O Narrador”; e os trabalhos sobre Baudelaire; para a compreensão do conceito de Williams. Outro autor importante para este trabalho é Frederic Jameson que utiliza o conceito de Williams para retratar a nova estrutura de sentimento que surge com o advento do pós-modernismo A partir destes autores podemos perceber que o conceito cunhado por Williams não é apenas necessário para uma melhor compreensão da literatura, mas também para entender os processos atuais da sociedade.
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  • Adriana Mattos de Oliveira
    Jovem Guarda e Música Brega: as brechas na "indústria cultural"
    O objetivo deste trabalho é buscar alguns entrelaçamentos existentes entre o movimento da Jovem Guarda e a “música brega” - ambas foram duramente criticadas como alienadas, de mau gosto e de baixo valor artístico, ao mesmo tempo em que obtiveram altos índices de vendagens. Para analisar a disseminação e recepção dessas músicas será utilizado o conceito cunhado por Theodor Adorno e Max Horkheimer em 1947 de indústria cultural, bem como às formulações de Raymond Williams acerca do materialismo cultural e de Jesús Martin-Barbero sobre as mediações existentes entre a produção da indústria cultural e sua recepção. A busca dos diálogos existentes entre a Jovem Guarda e a “música brega” é uma tentativa de se entender os padrões de gosto das classes populares e o grau de autonomia que estas possuem dentro da nossa complexa sociedade.
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  • Larissa Costard
    Do Modernismo à Abstração: a arte conservadora e transformadora na crítica de Mario Pedrosa.
    Em um momento de grande discussão acerca da identidade nacional e do engajamento político do intelectual na construção desta identidade, Mario Pedrosa, crítico de arte marxista, estabeleceu interessante debate acerca do modernismo e seus caminhos, no Brasil e no mundo. Resgatando o histórico do modernismo no Brasil e o envolvimento destes intelectuais na construção da hegemonia de Vargas, Pedrosa analisa e propõe novas possibilidades para o movimento, levantando a evolução do modernismo em arte abstrata como um caminho para o resgate da via transformadora da arte no Brasil. Trabalhando com uma concepção artística distinta do que era corrente até então no interior do marxismo, Mario Pedrosa recoloca em questão nas suas críticas o papel da arte e do artista na conservação / transformação da sociedade.
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  • Renata Costa Reis de Meirelles
    O resto é silêncio: um registro do Estado Novo
    Partindo da premissa de que toda a criação literária é um produto histórico, a proposta deste trabalho é discutir de que forma Érico Veríssimo retratou a experiência das camadas médias urbanas no romance O resto é silêncio. Publicado em 1943, durante o período do Estado Novo, este romance tem como atores fundamentais personagens oriundos das camadas médias urbanas, segmento social que, no início dos anos 1940, se encontrava em processo de formação. Enraizados em sua historicidade, os personagens de O resto é silêncio se mostram plenamente inseridos no contexto de polarização ideológica que marcou o período da Segunda Guerra Mundial. Para cumprir com o seu objetivo, este trabalho irá situar historicamente O resto é silêncio, de forma a compreender como os elementos do meio externo influenciaram a composição desta obra.
  • Antonio Cícero Cassiano Sousa
    Praxis da linguagem cinematográfica
    A partir da relação teoria/técnica na formação da linguagem cinematográfica, a pesquisa concentrou-se na análise de filmes que caracterizam sua invenção, por volta de 1915, e a renovação do pós-II Guerra Mundial, com o aparecimento do cinema moderno e os cinemas novos da década de 60.
    Os resultados apontam para importantes modificações no uso da câmera, nas técnicas de montagem e mise-en-scene, e para repercussões do desenvolvimento tecnológico e o contexto socioeconômico no plano estético.
    A metodologia de análise procura reunir contribuições que aproximem as definições teóricas e as mediações estabelecidas no campo do materialismo histórico e dialético.
    Os filmes analisados foram O gabinete do Dr. Caligari (1919), O encouraçado Potemkin (1925), Um cão andaluz (1928), Cidadão Kane (1941), Ladrões de bicicleta (1948), Os incompreendidos (1959), Couro de gato (1962) e A velha a fiar (1964).
    A pesquisa resulta de atividade de iniciação científica com alunos de nível médio na Escola Técnica Adolpho Bloch com apoio do CECIERJ e FAPERJ.

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07/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h)
  • Pedro Henrique Silva Nunes
    A sexualidade no mundo da música brega
    É comum percebermos em certos setores da música popular, elementos que transgridem aspectos relevantes do que seria considerado bom gosto por uma parcela da sociedade. A sexualidade, por exemplo, pode ser um foco importante de estudos sobre esta transgressão.
    O tecnobrega, como foi denominada a música popular da atualidade, oriunda do norte e nordeste, traz consigo características que ultrapassam as condutas consideradas suportáveis. Ela radicaliza o sexo evocando-o de forma escancarada, pornográfica.
    Desta forma, tornou-se necessário analisar espaços de sociabilidade – como, por exemplo, a Feira de São Cristóvão - em que tais características encontram-se marcantes nas roupas e acessórios, no comportamento do público e dos artistas, nas danças, letras de músicas, etc.
    Entretanto, é imperativo problematizar essas transgressões, inserindo a sexualidade evocada no mundo da música tecnobrega na visão mais vulgar da sociedade atual acerca do sexo, procurando entender até que ponto tais posturas são, de fato, transgressoras ou apenas reiteram a lógica repressiva em que está submetida a sexualidade dentro do sistema capitalista.

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  • Hugo Villaça Duarte
    O estruturalismo althusseriano e o método de intervenção política em Gramsci: notas sobre tradições marxistas conflitantes.
    O tema do presente artigo consiste em apresentar um debate sobre concepções teóricas distintas do marxismo. Mais especificamente, analisaremos dois conceitos centrais para compreensão deste debate: a versão althusseriana do materialismo histórico e a categoria gramsciana de hegemonia. Assim, investigaremos como a corrente althusseriana, ao apresentar um modelo geral de funcionamento das sociedades humanas, inviabiliza a perspectiva de transformação social a partir da práxis. Em contraposição a esta corrente, demonstraremos que o conceito de hegemonia permite perceber a sociedade como um terreno de lutas. Desse modo, reivindicaremos a validade da teoria gramsciana para a concepção da história como um processo, um acontecer indeterminado, marcado por contradições e disputas políticas.
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  • Emilly Couto Feitosa
    Revolução Cubana: A Crise dos Anos 90 e a Redefinição dos Rumos do Socialismo
    O presente trabalho tem por objetivo analisar o contexto político, econômico e social de Cuba entre o final da década de 80 e meados da década de 90, quando o país enfrentou uma de suas mais graves crises desde o início da revolução: o “Período Especial em Tempos de Paz”. Através do estudo dessa crise e das reformas que se seguiram a ela, procuro compreender o processo de redefinição dos rumos do socialismo cubano.
    No entanto, não acredito que essas reformas representem uma crise de hegemonia do socialismo. Elas são, na verdade, uma peça fundamental para se pensar na redefinição das relações entre a sociedade política e a sociedade civil cubanas e na reconstituição de um bloco histórico revolucionário, em prol de uma rearticulação da hegemonia do socialismo cubano, sobre novas bases. Bases estas que surgiram a partir das novas demandas originárias do próprio contexto da crise.
    Vale dizer que, apesar deste trabalho se focar num marco cronológico atual, não deixa de considerar o processo revolucionário como um todo e nem o contexto internacional no qual ela se insere. A Revolução Cubana, desta forma, deve ser entendida historicamente tanto como resultado de uma série de fatores anteriores a 1959 quanto como um processo que se renova e se estende até os dias atuais.

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  • Fernando Perlatto
    A difícil convivência: intelectuais, PCB e PT
    Nos últimos anos, as pesquisas relacionadas aos intelectuais têm crescido substancialmente, sobretudo a partir do diálogo interdisciplinar que esta temática possibilita. Buscando se inserir nesta perspectiva de renovação, o presente trabalho visa analisar as complexas e, muitas vezes, conturbadas relações existentes entre intelectuais e partidos de esquerda, dando especial ênfase ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ambos partidos exerceram grande influência sobre a intelectualidade progressista e passaram – assim como vem passando no caso do PT – por transformações que fizeram com que esta intelligentsia se encontrasse frente a variados dilemas.
    Este trabalho busca alcançar alguns objetivos: 1) apontar para transformações conjunturais que contribuíram para a dialética aproximação / distanciamento entre os intelectuais e estes partidos; 2) discutir sobre os aparatos político-culturais destas organizações, em especial as revistas, vistas como espaços de reflexão e debate da intelectualidade; 3) destacar as trajetórias e itinerários de alguns intelectuais específicos, que contribuem para ilustrar os dilemas vividos pela intelectualidade e para a difícil relação entre a reflexão da intelligentsia e o exercício da política pragmática.

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