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Identidades é o tema do
XIII Encontro ANPUH-Rio. O século XXI registra alterações na paisagem histórica que favorecem uma reflexão sobre a pluralidade, o deslocamento e a fluidez de significados das categorias de pertencimento. O historiador não possui mais, como no século XIX, o papel de prover a sociedade de representações globais de sua gênese e destino. Uma vez questionados os grandes projetos nacionais, ele passa a ser empurrado para as margens, para pensar memórias fragmentadas que extravasam por todos os lados de seu território. A noção de
Identidade torna-se necessariamente plural, assim como se alteram as percepções sobre o tempo.
Os modos de vida colocados em ação pela modernidade são atravessados por identificações agonísticas, que propiciam deslocamentos de pilares consagrados, como, por exemplo, o de classe social, para novas bases de politização e novos parâmetros de reflexão acadêmica: a ecologia; as identidades raciais; as "minorias" étnicas e seus lugares históricos; o sexo e o gênero; a cultura gay e as homossexualidades; a cultura de massas e os movimentos religiosos.
A forte aceleração que afeta os sujeitos nas sociedades contemporâneas, somada a uma certa imprevisibilidade acerca do futuro, acarreta uma busca constante pelo passado, em seus múltiplos sentidos, percebido, talvez, como um meio de reconfiguração do tempo. Tudo isso convoca os historiadores a uma reflexão, de natureza historiográfica, sobre seu papel social e o que legitima as suas interpretações sobre o passado.